OTÁVIO ENTROU COM TUDO
SELEÇÃO SOFRE GOLOS PELO 5º JOGO CONSECUTIVO “É preocupante” FERNANDO SANTOS
çTrês oportunidades, duas delas muito perigosas –uma bola no poste e outra numa defesa complicada do guarda-redes – destacaram-se nos primeiros 15 minutos. E para o lado que muitos talvez não esperassem: o do Qatar. O menos favorito, na teoria, entrou por cima, mas o mais forte, na prática, começou em vantagem. João Mário, ele que até andou mais pelo meio – o médio do Benfica foi o 10 no losango que Fernando Santos decidiu voltar a experimentar – apareceu descaído do lado esquerdo para um cruzamento perfeito para André Silva cabecear para o golo. Isto foi ao minuto 23; pouco depois o 2-0, novamente no mesmo tipo de ação: cruzamento e cabeceamento. Desta vez de Otávio, numa estreia com bónus e após uma bola colocada por Gonçalo Guedes. Curiosamente, uma repetição do jogo com a Irlanda no que diz respeito aos autores das assistências. Portugal tinha despertado. Seguiu-se um remate de João Mário ao lado, um mais fraco de Rúben Neves e uma sequência de outros três disparos em que nenhum entrou. A reação do Qatar já estava a desaparecer e perdeu ainda mais força quando o guarda-redes foi expulso por uma falta sobre Gonçalo Guedes fora da grande área. Até que, na 2ª parte, reanimou. Na primeira vez em que passaram do meio-campo, numa arrancada do português Pedro Correia, os qataris conquistaram um canto. O golo surgiu nesse lance. Quanto a Portugal, muita circulação de bola, nem sempre a um ritmo muito alto e alguns lances perigosos com um remate de João Mário, outro de Diogo Jota e de Bruno Fernandes. O mesmo Bruno Fernandes que fixou o resultado final na marcação de um penálti.
O melhor e o menos positivo A vitória de Portugal nunca esteve em causa e mal seria para a seleção comandada por Fernando Santos se assim fosse. Os números espelham a enorme distância entre as duas equipas, ainda que o resultado não tenha sido desnivelado. O que se explica, essencialmente, pela qualidade no aproveitamento da quantidade. Dos 22 remates da Seleção Nacional, apenas oito foram enquadrados. Com uma eficácia superior perante um adversário inferior – e que jogou com menos um jogador durante toda a 2ª parte – a conversa poderia ter sido diferente. Por outro lado, foi também nesse contexto que Portugal sofreu um golo, mais um. Fernando Santos já havia alertado para esse ‘problema’ antes do jogo com o Qatar e voltou a fazê-lo depois. Num pontapé de canto, em que houve tempo para acertar marcações, Hassan conseguiu superiorizar-se à ação defensiva de Portugal. O selecionador chamou-lhe “descontração”, algo que talvez se explique pelo cariz do jogo particular, mas que pode sair caro em partidas a sério. Como, por exemplo, a próxima. É que, em março, o Azerbaijão deu algum trabalho a Portugal e só foi derrotado com um autogolo. *