Caminho dos sobressaltos
Fernando Santos classificou como “preocupante” a série de golos sofridos pela Seleção Nacional, mas há mais motivos para preocupação nos jogos mais recentes. Apesar de toda a qualidade humana disponível, Portugal continua a somar exibições cinzentas, como a de quarta-feira diante da Irlanda e a de ontem frente ao Qatar, um adversário frágil, que empatou 1-1 (e apenas sofreu de penálti) no longo período em que esteve com menos jogadores.
Apesar do título europeu de 2016, Fernando Santos nunca foi – até com alguma injustiça – verdadeiramente amado pela nação futebolística portuguesa. Tem contra si o passado: passou pelos três grandes e não foi particularmente querido em nenhum deles. Depois de um Mundial’2018 e de um Euro’2020 a saber a pouco, Portugal caminha com alguns sobressaltos para o próximo Campeonato do Mundo, ao mesmo tempo que se continuam a celebrar os recordes sucessivos de Cristiano Ronaldo. Fernando Santos precisa de encontrar forma de refrescar a Seleção – nas opções, nas ideias de jogo e até no discurso. Não ter tempo para treinar é um problema, mas é um problema igual para todos os selecionadores. Se não o fizer, seguiremos no caminho dos sobressaltos para mais uma grande competição a saber a pouco.