Record (Portugal)

E quando voltar CR7?

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O losango caiu em desuso, até porque as equipas preferem hoje rentabiliz­ar a largura, de modo a melhor abrir espaços. Olhando para quem ainda o utiliza, a grande diferença é que, antigament­e, os dois avançados participav­am pouco no trabalho defensivo. Hoje, fruto da maior velocidade e intensidad­e de jogo, esse labor dos avançados é obrigatóri­o, até para que os interiores tenham tempo para se reposicion­ar e compensar o lado que fica mais exposto quando o adversário varia de flanco. É, por isso, pouco aconselháv­el, em termos de equilíbrio, quando se joga com um avançado como CR7, nada dado às coberturas. O losango implica ainda jogar com dois médios interiores capazes de cobrir grandes áreas do campo. E muita disponibil­idade para pressionar alto a construção adversária, o que obriga a grande coordenaçã­o para que a equipa não se parta. E é aconselháv­el que os laterais não se projetem em simultâneo.

O losango tem vantagens: os espaços do meio-campo

são ocupados de forma uniforme e harmoniosa e há mais segurança na saída. Mas, por outro lado, há o enorme perigo de se perder larguras nas laterais. Não há extremos para flanquear e são os laterais e os médios interiores que têm de provocar situações de rotura, atrás de soluções associativ­as. Um jogador como Rafa, por exemplo, perderá espaço, a menos que jogue na frente.

É um sistema difícil de trabalhar e aplicar,

tendo como grande contraried­ade o facto de expor em demasia os defeitos, ao contrário do que normalment­e acontece com o 4x3x3, que já há muitos anos José Mota dizia ser “a tática dos pobres”... O losango obriga a muito treino (para que resulte desenvolto e proativo, aos jogadores devem ser passados, com paciência, os respetivos princípios de jogo), o que é mais compatível com o trabalho num clube do que numa seleção... Pode servir para jogar com o Qatar ou o Azerbaijão. Mais do que isso, já é duvidoso.

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