“CORREMOS NO MESMO SENTIDO”
O ala, de 34 anos, já conquistou um Europeu de futsal e tem a ambição de ganhar um Mundial, mas avisa que o maior adversário pode ser... a Seleção
Esta é uma pré-época um pouco diferente...
BRUNO COELHO – É uma pré-época especial, mas já não é a primeira vez que a fazemos na Seleção. Aconteceu assim no Mundial da Colômbia [2016] e foi, de facto, uma preparação muito diferente. Desta feita, está a correr muito bem. O espírito de grupo é bastante positivo e ajuda para criar mais união entre todos e para que, quando as coisas corram menos bem, possamos estar juntos e corrermos todos no mesmo sentido. Se não for assim, fica mais difícil atingir os objetivos. Faz parte de um lote de jogadores experientes, mas também há muitos jovens no grupo. Essa é a mais-valia do grupo?
BC – Acredito que sim. Temos uma mistura de experiência com irreverência e estes miúdos podem dar à nossa equipa essa irreverência quando as coisas não estiverem a correr da melhor maneira. São jogadores que não têm qualquer receio de encarar o adversário e podemos tirar frutos dessa característica. Considera que Portugal tem uma responsabilidade acrescida para esta competição?
BC – A nossa maior responsabilidade é ter melhores índices físicos no fim desta semana do que tínhamos na semana passada. A Seleção Nacional tem responsabilidade em todos os momentos, todos os jogos e todas as competições. Cada um de nós sabe bem a responsabilidade que tem ao representar Portugal e só temos de colocar em prática aquilo que sabemos fazer. O resto será sempre consequência do nosso trabalho. A nossa prioridade é preparar o Mundial da melhor maneira, passar o grupo e tentar chegar o mais longe possível. Na sua opinião qual é o maior adversário de Portugal nesta competição?
BC – Penso que o nosso maior adversário podemos ser nós próprios. Se não estivermos focados na nossa tarefa, se não colocarmos em prática tudo aquilo que trabalhamos, podemos ser o adversário mais difícil de nós próprios. Temos de estar bastante concentrados do início ao fim de cada jogo para conseguirmos alcançar os nossos objetivos. A aposta na formação tem sido notória, até nos clubes...
BC – Sem dúvida. Cada vez se trabalha melhor nos clubes. Temos aqui jogadores como o Zicky, o Paçó e o Afonso que têm grande qualidade e daí eles estarem neste lote de escolhidos para o Mundial. Hoje em dia é mais fácil chegar à Seleção A do que quando era mais novo?
BC – Em jeito de brincadeira costumo dizer aos mais jovens que tomara eu ter tido a sorte de, com a idade deles, ter chegado à Seleção. Mas não há nada de anormal neste processo. Eles estão aqui devido ao trabalho que têm desenvolvido e ao crescimento que evidenciam. A forma como a Federação trabalha as seleções jovens facilita a chegada de jovens a este patamar.
*
“A NOSSA PRIORIDADE É PREPARAR O MUNDIAL, PASSAR O GRUPO E TENTAR CHEGAR O MAIS LONGE POSSÍVEL”