Record (Portugal)

Dos Açores a Alvalade

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çJesus, Conceição e Amorim tinham razão e os seus jogos deviam ter sido adiados, a exemplo do que aconteceu em Espanha (Sevilha-Barcelona e Villarreal-Alavés). Mas, por outro lado, jogos nestas circunstân­cias permitem ilações que não seriam tão visíveis noutras circunstân­cias. A mais óbvia é que o Benfica tem muita riqueza ofensiva, fator que disfarçou o resultado mentiroso ao intervalo.

Até aí, o Santa Clara foi melhor

(e foi prejudicad­o duas vezes pelo VAR Artur Soares Dias) e o Benfica teve dificuldad­es na construção. Ganhava porque Grimaldo é um lateral que se transmuda em ‘10’ e porque Rodrigo Pinho tem uma ‘canhota’ espontânea. Ao intervalo, funcionou o divã de Jorge Jesus: “O Pinho até fez golo e, para vocês, não tinha justificaç­ão, mas para mim tem. Foi uma questão tática”. A explicação de Jesus confirma a sua argúcia. Não foi justo com Pinho, mas a entrada do acelerador Rafa e a passagem do vertiginos­o Darwin para o meio era o que o jogo pedia. Porque o Santa Clara ia arriscar. Mas, atenção, o Benfica fez oito remates e marcou nos únicos enquadrado­s com a baliza. Uma eficácia que raramente se repete.

O jogo de Alvalade foi demasiado

marcado pelo ‘gatilho’ lampeiro de Nuno Almeida… Foi um duelo intenso, mas vulgar entre equipas que funcionam melhor quando recuperam a bola do que na elaboração do jogo. O Sporting perdoou mais do que o previsto, ao contrário do costume. O FC Porto soube sempre qual era o seu papel, uma das qualidades das equipas de Conceição. Matheus Nunes e Porro jogaram uma enormidade e Esgaio devia estabiliza­r-se na esquerda. O golo de Díaz foi uma obra de arte. Já não faz sentido discutir se Diogo Costa deve ser titular. Deve é questionar-se se a Seleção precisa de um guarda-redes que saiba jogar com os pés.

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