Record (Portugal)

ACELERAR O PASSO NO INÍCIO DO SONHO

Portugal estreia-se a ganhar no Mundial, mas foi obrigado a operar uma reviravolt­a

- PEDRO FILIPE PINTO

Jorge Braz tinha avisado que este jogo contra a Tailândia não seria ‘favas contadas’ e foi exatamente isso que se viu. Portugal ganhou, sim, mas teve de acelerar o passo para deixar para trás um adversário que se mostrou sempre pronto para surpreende­r o campeão da Europa que tem, agora, o título mundial na mira. No início de uma competição tão importante, naquelas em que

ZICKY TORNOU-SE NO JOGADOR MAIS JOVEM DE SEMPRE A ATUAR POR PORTUGAL NUM CAMPEONATO DO MUNDO

o sonho é proporcion­al à ansiedade, a Seleção Nacional arrancou a meio gás e foi tentando entrar no jogo aos poucos. Nos primeiros minutos viu-se um duelo pouco espetacula­r e, diga-se com franqueza, bastante aborrecido. Apesar de estar por cima, a equipa das quinas nunca teve a partida sob controlo e os tailandese­s foram ganhando confiança, tendência que culminou no golo inaugural, aos 16 minutos. Num fora, Wongkaeo levantou para Sornwichia­n que, de primeira, colocou a bola no fundo das redes, com um desvio em Erick a trair Bebé. Portugal estava em desvantage­m, mas este foi um mal que veio por bem. Jorge Braz pediu uma pausa técnica e tranquiliz­ou as tropas dizendo que ainda havia “muito para se jogar”. Mais calmos, os lusos foram lá para dentro motivados e com o objetivo de igualar o marcador antes do intervalo... e conseguira­m! Zicky – que diferença fez enquanto esteve em campo – inventou uma falta entre dois defesas e, na cobrança, Ricardinho tocou curto para Bruno Coelho fuzilar a baliza tailandesa. Este golo não virou o resultado, mas virou o jogo. A partir daquele momento, a Seleção pegou no leme e só o largou a cerca de seis minutos da buzina final, numa altura em que o adversário apostava no cinco para quatro por já estar a perder por 4-1. Depois de sete minutos a tentar entrar numa muralha construída dentro dos últimos 10 metros, foi, imagine-se, num contra-ataque que Portugal chegou à vantagem, com Erick (27’) a arrancar para cima de Wongkaeo, a cortar para dentro e a bater Hankampa. Apenas três minutos depois surgiu o terceiro golo, com Zicky – que se tornou no português mais jovem de sempre a jogar num Mundial – a ‘picar o ponto’ e a dedicar este golo. “Para ti, Edu”, gritou para as câmaras, oferecendo uma ‘prenda’ ao guardião que teve de ficar a ver o Mundial em casa devido à Covid-19. Para fechar as contas, um lance de magia pura. Aos 32’, Pany Varela arrancou pela esquerda, fletiu para o meio e atirou forte para o 4-1, que colocou uma pedra em cima deste primeiro jogo. Faltam seis... *

 ??  ?? HISTÓRICO. Zicky esteve inspirado num jogo que jamais esquecerá
HISTÓRICO. Zicky esteve inspirado num jogo que jamais esquecerá

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal