“Temos ousadia“
Técnico leonino vê semelhanças com o Ajax e assume maior experiência dos holandeses. Só que existem algumas cartas na manga...
Nenhuma equipa é idêntica à seguinte, mas se tivéssemos que apontar o ‘irmão’ do Sporting neste grupo C da Liga dos Campeões seria, precisamente, o adversário de hoje: o Ajax. De olhos postos na estreia na prova milionária, Rúben Amorim assume que hoje, em Alvalade, estarão frente a frente “dois clubes com a mesma filosofia”, alicerçada na aposta em jovens valores e com clara tração à frente. Só que no entender do técnico há outros fatores que extravasam
“PRATICAM BOM FUTEBOL, COM EXTREMOS ABERTOS. TEMOS DE TER BOLA PARA VENCER, É UM FATOR ESSENCIAL”
“SÃO CLUBES EM MOMENTOS DIFERENTES. TEMOS DE CRIAR VÁRIOS JOGADORES PARA CHEGAR AO NÍVEL DO AJAX”
a tática e que podem influenciar, como a maior experiência dos holandeses que os leões esperam contrariar com alguns... ‘condimentos’ extra. “O Ajax é conhecido por criar grandes jogadores, como o Sporting. Mas são clubes em momentos diferentes, basta ver o investimento e experiência do
Ajax: ainda há pouco tempo estiveram numa meia-final da Champions e têm muitos jogadores dessa altura. Venderam outros, mas surgiram novos talentos. É isso que o Sporting tem de fazer. Ainda temos de passar vários mercados e criar vários jogadores para chegar ao momento do Ajax. A grande diferença é que nós por vezes esquecemo-nos que é essa a nossa filosofia, enquanto o Ajax continua sempre a fazê-lo”, começou por dizer, concretizando: “Temos outras coisas. Não damos nada como perdido, temos uma ideia sólida, além de entusiasmo, irreverência e ousadia”. À receita para uma entrada com o pé direito na Champions, Amorim adicionou-lhe, ainda, outros ingredientes, levantando o véu sobre a mensagem que passou aos seus jogadores ao longo dos últimos dias. “O Ajax pratica bom futebol, com extremos
abertos e muita qualidade. Vem do treinador [Erik ten Hag], que conhece bem a filosofia do clube. É uma equipa muito perigosa, que tem sempre a bola. Temos de contrariar esse factor e ter bola para vencer – esse é essencial”, assume.
Perigo está... cá dentro
O Sporting assume figura de proa no grupo, em virtude de ter saído do pote 1, mas Amorim não só descarta qualquer tipo de favoritismo como está, isso sim, mais preocupado com o pós-Ajax e o regresso à Liga Bwin – o Sporting desloca-se ao terreno do Estoril no domingo. “Não é preciso uma mensagem diferente, porque ela está lá. É a melhor competição de clubes. Perigoso é o que vem depois: jogar a Liga dos Campeões e voltar ao campeonato. Para este jogo só temos de tentar escolher os melhores, de acordo com as caraterísticas e o adversário, porque a motivação vai estar em altas. Temos é de acalmar um pouco o entusiasmo”, frisou, garantindo que a equipa deve pensar o jogo como um outro qualquer entre-portas. “O importante é não mudar a nossa identidade e fazer o nosso jogo. Queremos demonstrar que somos bons e competitivos”, rematou.
*
“MENSAGEM DIFERENTE? PERIGOSO É O QUE VEM DEPOIS: JOGAR CHAMPIONS E VOLTAR AO CAMPEONATO”