VARCHODIMOS
ÁGUIA DOMINA MAS É SALVA NOS INSTANTES FINAIS
Dificilmente se podia ter pedido mais drama para o final do Dínamo Kiev-Benfica. Já nos descontos, bola na trave de Vlachodimos, excelente defesa do guardião grego na recarga, Otamendi quase corta para dentro da própria baliza. Na sequência do canto, nova defesa de Vlachodimos por cima da trave. Mais um canto e golo da equipa da casa, que escrevia de forma mentirosa aquilo que tinha sido a história do jogo. Até que surge o VAR, o chamado estraga-festas, a detetar um fora-de-jogo no início da jogada e a lançar um balde de água fria verdadeiramente olímpico. Fez-se justiça, pois havia de facto fora-de-jogo, e porque a derrota teria sido um resultado demasiado duro para aquilo que os encarnados fizeram no arranque da Champions. Apesar dos exageros de Jorge Jesus na véspera, o Dínamo Kiev está longe do nível do Barcelona e ainda mais longe do atual Bayern. Está muito longe de ser um papão e foi o próprio Mircea Lucescu a assumi-lo, pela estratégia com que se apresentou diante dos encarnados. Bloco baixo, quase sempre com 10 jogadores à frente da grande área, entregando de bandeja o controlo do jogo ao Benfica, na esperança de conseguir sair em contra-ataque. As águias, muito fortes na pressão e na reação à perda de bola, acabaram por não ter grandes problemas com as transições rápidas dos ucranianos. Aliás, o único problema que os encarnados tiveram em toda a primeira parte foi criado por um estranhamente intranquilo Otamendi, que perdeu a bola para Buyalskyi, originando um livre perigoso à medida de Shaparenko – Vlachodimos opôs-se bem ao tiro.
Do outro lado do campo, a pressão do Benfica resultou num par de erros da defensiva contrária. Everton e Yaremchuk tiveram boas oportunidades para marcar, mas não o conseguiram. De resto, o ataque das águias vivia quase exclusivamente do repentismo e velocidade de Rafa, um craque que joga futebol a uma velocidade acima de quase todos os outros.
O Dínamo entrou mais subido na segunda parte, sacudindo a pressão do Benfica, colocando três homens em cima da linha defensiva das águias e alimentando-os com muitos passes longos na tentativa de ter alguma coisa nas segundas bolas. Pensou-se que a mudança daria mais espaço ao ataque do Benfica, que viu Yaremchuk falhar de novo na cara do guardião contrário. Aliás, Jorge Jesus deve ter pensado o mesmo, pois foi lesto a lançar em campo os aceleras Radonjic e Lázaro, ao mesmo tempo que trocou de ponta-de-lança, na esperança que Darwin conseguisse dar mobilidade e profundidade ao ataque dos encarnados. O Benfica piorou. Mesmo continuando a dominar, não mais foi incapaz de criar verdadeiro perigo junto da baliza contrária. Rafa saiu lesionado e, com ele, as esperanças das águias em sacar um coelho da cartola. Nos descontos, surgiu então o tal drama em vários atos, que acabou com um final feliz para as cores portuguesas.
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