De dois perdidos a um ganho
Jorge Jesus retornou, após o recurso ao 3x5x2 em Eindhoven, ao 3x4x2x1 [1], apostando na titularidade de Everton em detrimento de Pizzi, com o objetivo de promover trocas posicionais do brasileiro com Rafa no apoio a Yaremchuk. Já o Dínamo Kiev adotou um 4x4x2 curto e que pretendia ser compacto [1], espraiado num bloco médio-baixo, para apostar as fichas ofensivas em contragolpes.
Apesar da maior oportunidade
da primeira parte ter pertencido a Shaparenko, de livre, o Benfica
CARACTERÍSTICAS CENTRAIS DO BENFICA NÃO MUDARAM NA SEGUNDA PARTE, MAS DESPERDIÇARAM-SE GOLOS
assenhoreou-se do jogo no meio-campo ofensivo, ao impedir com celeridade e argúcia as saídas para contragolpe do Dínamo. Faltou-lhe, no entanto, maior incisão na chegada a zonas de finalização, reflexo da previsibilidade nas ações de construção e de criação, até pela escassa velocidade colocada na circulação que redundou na dificuldade em criar espaços. Numa fase inicial, as acelerações de Rafa no assalto às entrelinhas [1,2], a partir de solicitações de Weigl, promoveram os principais momentos de alvoroço, seguindo-se um período em que os encarnados exibiram maior capacidade para criar desequilíbrios pelo corredor esquerdo, promovendo combinações entre Everton e Grimaldo. Mas seriam as recuperações de Weigl, tremendo a condicionar Sydorchuk [3], a afiançar os momentos de maior perigo, esbanjados por Everton e por Yaremchuk.
Ascaracterísticas centrais do jogo não se modificaram na etapa complementar, com o Benfica a manter o ascendente, desperdiçando a sua melhor oportunidade por Yaremchuk, na sequência de insistência de Rafa. Contudo, aos 59’, a tripla substituição de Jesus não produziu os efeitos pretendidos. Radonjic e Darwin sentiram-se desconfortáveis - ao contrário de Lázaro, que ofereceu mais critério na direita, num jogo sem espaços -, algo agravado pelo pouco conforto do sérvio no espaço interior e do uruguaio nos apoios frontais. Sem fluidez e mais dependentes de ações individuais, principalmente de Rafa, as águias deixaram de ser acutilantes. Nos descontos, o Dínamo soltou-se, criando cinco oportunidades de golo, a partir de três lances de bola parada. Valeram as defesas de Vlachodimos, além da proteção dos ferros em duas ocasiões, e de um golo bem anulado a Shaparenko.