FUTRE À FLOR DA PELE ENTRE DOIS AMORES
Antiga glória de dragões e colchoneros perspetiva duelo “terrível” em que “ninguém vai desarmar”
São raros no futebol os jogadores acarinhados por adeptos de tantos clubes, especialmente rivais, mas esse é o dia a dia de Paulo Futre. Leão de nascença, dragão por adoção e de sangue vermelho e branco para lá da fronteira. É pois um jogo “muito especial” para o antigo internacional português aquele que hoje coloca frente a frente o FC Porto e o Atlético Madrid.
“Estes jogos são terríveis, para mim e em campo. Pelo menos não se enfrentam em eliminatórias, como foi há uns anos. Sinceramente só quero é que passem os dois aos oitavos”, admitiu, a Record, dando conta que o seu primeiro pensamento é para quem sai menos feliz de campo: “Nestes jogos acabo sempre primeiro por ficar triste por quem perder, depois, passadas uma horas, já consigo sentir a alegria de quem venceu.” Recordando que a época “ainda agora está a começar”, até porque “até 31 de agosto, quando os plantéis ficam fechados, é difícil trabalhar com tranquilidade”, Paulo Futre dá “um pouco mais de favoritismo” ao Atlético Madrid, “apenas por jogar em casa”. Mas de uma coisa El Português está certo: “Sabemos bem como são estas duas equipas, até ao apito final ninguém desarma, ninguém desiste.”
Estas formas de estar semelhantes vêm das culturas dos clubes e são potenciadas por quem as comanda neste momento. “São dois grandes treinadores, dois heróis. Têm mentalidades corajosas, valentes, sei que quem estiver a ganhar não vai facilitar e quem estiver a perder não vai desistir”, refere, identificando alguns pormenores a ter em conta ao nível das dinâmicas das duas equipas: “O Atlético tem uma organização muito forte, mesmo quando perde a bola já muito adiantado. Mas todas as equipas têm os seus pontos menos fortes, claro... Acho que a bola parada pode ser determinante neste jogo e nisso o FC Porto é fortíssimo, se bem que o Simeone também aposta muito nesses lances. Pode ser por aí...” Reiterando o desejo de que FC Porto e Atlético “sigam em frente” no grupo B, Futre deixa a porta aberta ao seu desejo. “Não posso falar mal do meu Milan, mas... E o Liverpool com o passar dos anos já não parece tão invencível. Vamos ver o que dá esta guerra”, concluiu, para depois corresponder ao nosso desafio, o de abrir o baú das memórias – ver peças laterais. *
“PRIMEIRO FICO TRISTE POR QUEM PERDE E UMAS HORAS DEPOIS FELIZ POR QUEM GANHA. SÓ QUERO QUE PASSEM AS DUAS”