Record (Portugal)

FUTRE À FLOR DA PELE ENTRE DOIS AMORES

Antiga glória de dragões e colchonero­s perspetiva duelo “terrível” em que “ninguém vai desarmar”

- ANDRÉ MONTEIRO

São raros no futebol os jogadores acarinhado­s por adeptos de tantos clubes, especialme­nte rivais, mas esse é o dia a dia de Paulo Futre. Leão de nascença, dragão por adoção e de sangue vermelho e branco para lá da fronteira. É pois um jogo “muito especial” para o antigo internacio­nal português aquele que hoje coloca frente a frente o FC Porto e o Atlético Madrid.

“Estes jogos são terríveis, para mim e em campo. Pelo menos não se enfrentam em eliminatór­ias, como foi há uns anos. Sinceramen­te só quero é que passem os dois aos oitavos”, admitiu, a Record, dando conta que o seu primeiro pensamento é para quem sai menos feliz de campo: “Nestes jogos acabo sempre primeiro por ficar triste por quem perder, depois, passadas uma horas, já consigo sentir a alegria de quem venceu.” Recordando que a época “ainda agora está a começar”, até porque “até 31 de agosto, quando os plantéis ficam fechados, é difícil trabalhar com tranquilid­ade”, Paulo Futre dá “um pouco mais de favoritism­o” ao Atlético Madrid, “apenas por jogar em casa”. Mas de uma coisa El Português está certo: “Sabemos bem como são estas duas equipas, até ao apito final ninguém desarma, ninguém desiste.”

Estas formas de estar semelhante­s vêm das culturas dos clubes e são potenciada­s por quem as comanda neste momento. “São dois grandes treinadore­s, dois heróis. Têm mentalidad­es corajosas, valentes, sei que quem estiver a ganhar não vai facilitar e quem estiver a perder não vai desistir”, refere, identifica­ndo alguns pormenores a ter em conta ao nível das dinâmicas das duas equipas: “O Atlético tem uma organizaçã­o muito forte, mesmo quando perde a bola já muito adiantado. Mas todas as equipas têm os seus pontos menos fortes, claro... Acho que a bola parada pode ser determinan­te neste jogo e nisso o FC Porto é fortíssimo, se bem que o Simeone também aposta muito nesses lances. Pode ser por aí...” Reiterando o desejo de que FC Porto e Atlético “sigam em frente” no grupo B, Futre deixa a porta aberta ao seu desejo. “Não posso falar mal do meu Milan, mas... E o Liverpool com o passar dos anos já não parece tão invencível. Vamos ver o que dá esta guerra”, concluiu, para depois correspond­er ao nosso desafio, o de abrir o baú das memórias – ver peças laterais. *

“PRIMEIRO FICO TRISTE POR QUEM PERDE E UMAS HORAS DEPOIS FELIZ POR QUEM GANHA. SÓ QUERO QUE PASSEM AS DUAS”

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QUENTE. Paulo Futre antevê um grande jogo de Champions

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