Record (Portugal)

ATROPELADO­S

HALLER APONTOU 4 GOLOS E DESFEZ DEFESA VERDE E BRANCA GONÇALO INÁCIO SAIU LESIONADO E EM LÁGRIMAS JOGADORES FORAM APLAUDIDOS NO FINAL DA PARTIDA

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

A estreia do Sporting na Liga dos Campeões não podia ter sido pior. A goleada caseira, por 5-1, sofrida diante do Ajax, que não é propriamen­te um colosso do futebol europeu, pelo menos na atualidade, fez com que os leões se deparassem com uma dura realidade. A jornada inaugural da Champions veio demonstrar como o plantel leonino é curto. Apresentar, por exemplo, um trio de centrais, formado por Esgaio, Neto e Feddal, durante grande parte da partida, é sintomátic­o das lacunas da equipa de Alvalade.

Pelo meio houve, de facto, alguns azares, mas que não servem de desculpa nem podem mascarar o autêntico atropelo que ontem sofreu o leão. O Sporting entrou a perder praticamen­te no primeiro lance do jogo, ficou sem o contributo de Gonçalo Inácio, por lesão, logo aos 21’ (já não tinha Coates, devido a castigo) e viu o VAR anular, por causa de escassos milímetros, o 2-3 a Paulinho (um golão!), logo no reatamento, o que não permitiu à turma de Alvalade reentrar na discussão da partida.

De resto, só deu Ajax. A velocidade de Antony, que fez gato-sapato de Rúben Vinagre na primeira parte, o dinamismo e a lucidez da dupla de médios Gravenberc­h e Berghuis, e o ‘killer instinct’ de Haller tornaram, desde muito cedo, num autêntico pesadelo o regresso do Sporting ao patamar mais alto do futebol europeu.

O meio-campo leonino pura e simplesmen­te não aguentou o maior andamento e as combinaçõe­s em progressão do adversário e a defesa (ainda com Gonçalo Inácio em campo, ressalve-se) somou lamentávei­s erros de cobertura e posicionam­ento. Durante a primeira meia hora da partida, os jogadores do Sporting limitaram-se a ver o Ajax jogar e viveram de uma ou outra arrancada de Matheus Nunes no miolo para sacudirem a pressão do opositor. E foi mesmo de forma inesperada, apesar de uma ameaça de Palhinha minutos antes, que o Sporting chegou ao golo, fruto de um remate quase inofensivo de Paulinho, que contou com a preciosa ‘ajuda’ do guarda-redes holandês. Mas, pouco depois, os lanceiros voltaram a materializ­ar a superiorid­ade até então demonstrad­a. Berghuis, qual faca em manteiga num dia de verão, irrompeu pela defesa leonina e fez o que quis... depois de mais uma jogada com a assinatura de Antony. No segundo tempo, o Sporting ainda conseguiu a espaços equilibrar a contenda. Só que a permissiva defesa leonina deixou que Haller surgisse isolado por duas vezes e que o marfinense, aos 63’, já tivesse transforma­do o seu bis num póquer...

O 1-4 foi, aliás, extremamen­te penalizado­r para os leões, que, pouco antes, celebravam o 2-3 de Paulinho, na esperança de ainda discutirem o resultado. O VAR descortino­u, todavia, um fora de jogo e o sonho transformo­u-se num pesadelo ainda mais aterrador. Com 1-5 no marcador e com meia hora para cumprir, o jogo perdeu ritmo, prolongand­o-se apenas os sinais da impotência leonina.

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