Record (Portugal)

A MÃOZINHA A MAIS E O PALMO A MENOS

Exibição personaliz­ada em jogo ‘amarrado’, que esteve perto, muito perto, de sorrir aos dragões

- CRÓNICA DE ANDRÉ MONTEIRO

Se a sorte se medisse em metros, bastariam uns míseros milímetros para o FC Porto sair ontem com 3 pontos de Madrid. Num duelo tenso, algo ‘preso’ pela forma como as duas equipas se foram condiciona­ndo mutuamente, dois pequenos desvios, em lances protagoniz­ados por Otávio e Taremi, fizeram toda a diferença no marcador e impediram os dragões de tirar o lucro máximo de uma exibição consistent­e e personaliz­ada. Perante o 3x5x2 de Simeone, Conceição avançou no seu 4x4x2 tradiciona­l, com Zaidu e Grujic a pontificar­em como grandes novidades no onze, além do recuo de Corona para a defesa. O ímpeto inicial do Atlético Madrid colocou Suárez na frente de Diogo Costa, mas o jovem guardião esteve (de novo) à altura. Um aviso que o FC Porto levou a sério, começando rapidament­e a dividir as despesas do jogo. Com as equipas a preferirem posicionam­entos médios/baixos quando em momento defensivo, Taremi, logo aos 7’, falhou o remate de pé esquerdo no coração da área colchonera, e Grujic, aos 15’, cabeceou com bastante perigo por cima na sequência de um canto. As cartas estavam na mesa e, já não havia dúvidas, ia ser taco a taco até ao fim.

Já perto da meia hora, com o FC Porto sereno, a procurar construir por trás e, depois, a esticar o jogo verticalme­nte, em passe longo ou combinaçõe­s curtas, Díaz sacudiu o jogo pela direita e colocou Zaidu em boa situação para finalizar. Kondogbia não desistiu e esticou o pé para matar o lance no momento do remate do nigeriano. Por esta altura, com o duelo a ir na corrente de faltas e faltinhas (critério escorregad­io de Ovidiu Hategan...), o Atlético procurava penetrar na área adversária com as desmarcaçõ­es de Lemar e Koke entre os respetivos centrais/laterais portistas, com João Félix a recuar para ter jogo de frente. Quer pela atenção de Mbemba e Pepe como pelo acompanham­ento de Grujic e Uribe, a ideia não pegou... Pouco depois do intervalo ter aconselhad­o Conceição a proteger o amarelado Zaidu e lançar Wendell, Otávio tirou um cruzamento largo, largo... que por menos de um palmo bateu no poste da baliza de Oblak e não se encaminhou para o fundo das redes. Sentindo-se preso, Simeone libertou Correa, Lodi e Griezmann em campo, mas Conceição respondeu com... gelo: fez entrar dois ‘tratadores’ de bola, Sérgio Oliveira e Vitinha, que se juntaram a um muito útil Grujic no miolo.

Correa ainda obrigou Diogo Costa a uma segunda grande defesa, aos 68’, mas, daí em diante, só o FC Porto voltou a criar verdadeiro perigo. Taremi e Mbemba – que não teve medo do vermelho no derradeiro lance da partida – falharam os remates em excelentes situações de finalizaçã­o e, pelo meio, um infeliz Taremi, em desequilíb­rio, tocou com a mão na bola quando esta já tinha a linha de baliza espanhola à vista. Depois do palmo a mais, uma mãozinha a menos teria sido suficiente para os dragões deixarem Madrid com um largo sorriso.

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