Record (Portugal)

Uns clilindrad­os, outros espoliados

ESTA PRIMEIRA JORNADA DA CHAMPIONS FOI UMA GRANDE DEPRESSÃO. SÓ O FC PORTO ESCAPOU À DECEÇÃO ENTRE AS EQUIPAS PORTUGUESA­S

- Octávio Ribeiro Jornalista

Três jogos, um golo, dois empates a zero e uma derrota violenta. A merecer parabéns, apenas o FC Porto. Num dos grandes palcos europeus, os portistas dividiram o jogo com o milionário Atlético de Madrid, estiveram mais perto do golo e ainda resistiram à perda do seu líder em campo. Pepe saiu. A equipa continuou com acerto, personaliz­ada, com a braçadeira a passar para o braço de Marcano, depois de estar por minutos no de Otávio. O FC Porto pode queixar-se da arbitragem. Como escrevi aqui na última época, os nossos grandes são tratados como pequenos, fracos e pobres, pela arbitragem de elite europeia.

Mais do que noutros dossiês, não tão estratégic­os, o peso de influência da FPF deveria incidir neste problema, que se arrasta há anos e já prejudicou várias vezes clubes portuguese­s, em especial o FC Porto.

Em Alvalade, um duche gelado. Vários jogadores mostraram uma confranged­ora falta de classe para pisar o palco nes- tes grandes momentos. Vinagre foi o caso mais evidente, mas também Jovane mostrou uma inexistênc­ia assustador­a.

Para o lado esquerdo da defesa, Amorim não tem qualquer solução aceitável para o nível da melhor competição europeia. Ao contrário do FC Porto, que se empertiga

NA EUROPA, OS NOSSOS GRANDES SÃO TRATADOS COMO PEQUENOS, FRACOS E POBRES

e resiste quando perde Pe- pe, o centro da defesa do Sporting desaba sem Coates. Foi do- loroso ver a forma como os pas- ses entravam em Haller, o ponta-de-lança marcou quatro golos, com a génese do problema na aselhice de Vinagre. Num dos golos, Vinagre perdeu a noção do movimento necessário para cortar um lançamento longo. O erro foi tão gritante que não pode aceitar-se num jogador apostado em fazer carreira nos clubes grandes. Tudo foi tão mau que até a sorte dos lances virou as costas a Amorim. Para ter a estrelinha necessária, o técnico terá de repensar a forma como posiciona a equipa para estes grandes jogos. Aí, Sarabia parece essencial, principalm­ente quando a equipa não pode contar com Pedro Gonçalves. Uma única nota positiva: Paulinho mostrou que tem fibra para estes grandes momentos. Não teve equipa para o acompanhar.

Jorge Jesus tem muitos avançados, sim. Mas algum é capaz de acertar na baliza com frequência? Depois da aposta inicial em Gonçalo Ramos, o miúdo tem sido condenado ao banco, de onde sai cada vez com menos frequência. Não terá Jesus perdoado a impertinên­cia de Ramos quando, em pleno jogo, questionou os movimentos que lhe estava a ordenar? Durante um jogo, como numa batalha, não se argumenta contra ordens do líder, mas o jovem tem golo. Algo que falta às primeiras opções que Jesus está a fazer. Esta primeira jornada da Champions foi uma grande depressão. Só o FC Porto escapou à deceção.

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EDUARDO DÂMASO
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RUI MALHEIRO
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RUI CALAFATE

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