Record (Portugal)

FESTEJOS NÃO SÃO COMO IR A FÁTIMA

Cabrita afirma que festa do título “não correu bem” mas lembra que não é como “uma peregrinaç­ão”

- RICARDO GRANADA

A celebração do título nacional do Sporting, que tiveram lugar no passado dia 11 de maio, ainda... dão que falar. Ontem, na comissão parlamenta­r de Assuntos Constituci­onais, Direitos, Liberdades e Garantias, o ministro da Administra­ção Interna, Eduardo Cabrita, foi ouvido, a pedido do PSD, a propósito do inquérito da Inspeção-Geral da Administra­ção Interna (IGAI) aos festejos em Lisboa e admitiu que estes “não correram bem”. Todavia, o ministro não só frisou que a audição “é verdadeira­mente da época passada”, como reafirmou que “não cabe” à PSP ou ao Ministério definir os modelos da festa. “Não vale a pena vir aqui como carpideira­s vários meses depois e pretender que a celebração da vitória de um clube que há 19 anos não era campeão nacional iria decorrer com a disciplina de uma peregrinaç­ão a Fátima ou celebração do 1º de maio organizada exemplarme­nte pela CGTP. São dinâmicas sociais totalmente diferentes”, sublinhou, garantindo que a PSP “fez aquilo que era adequado num quadro particular­mente difícil” e não podia “forçar que a iniciativa se realizasse

MINISTRO DA ADMINISTRA­ÇÃO INTERNA DEFENDE ATUAÇÃO DA PSP, QUE A SEU VER FEZ “TUDO AQUILO QUE ERA ADEQUADO”

dentro da instalação de uma entidade [o Sporting], que não queria fazer essa iniciativa”. De resto, Eduardo Cabrita garantiu que “não existe correlação demonstrad­a” entre os festejos e o cresciment­o da pandemia em Portugal, numa sessão marcada por críticas e acusações entre o ministro e Eduardo Marques, deputado do PSD. “o senhor ministro ignorou os avisos da PSP, o senhor ministro ignorou os avisos da DGS [Direção-Geral da Saúde] e preferiu deixar que a festa continuass­e sem qualquer controlo”, atirou Eduardo Marques, tendo mesmo apelidado Cabrita de “incompeten­te”, que por sua vez viu na audição de ontem uma tentativa do PSD em “tirar um coelho da cartola”. “O despacho está transcrito no relatório, é um despacho meramente interno transmitin­do ao secretário de Estado, não há nenhum outro despacho. Há uma passagem de informação”, frisou. *

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SESSÃO. Eduardo Cabrita foi ouvido numa comissão parlamenta­r

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