FESTEJOS NÃO SÃO COMO IR A FÁTIMA
Cabrita afirma que festa do título “não correu bem” mas lembra que não é como “uma peregrinação”
A celebração do título nacional do Sporting, que tiveram lugar no passado dia 11 de maio, ainda... dão que falar. Ontem, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi ouvido, a pedido do PSD, a propósito do inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) aos festejos em Lisboa e admitiu que estes “não correram bem”. Todavia, o ministro não só frisou que a audição “é verdadeiramente da época passada”, como reafirmou que “não cabe” à PSP ou ao Ministério definir os modelos da festa. “Não vale a pena vir aqui como carpideiras vários meses depois e pretender que a celebração da vitória de um clube que há 19 anos não era campeão nacional iria decorrer com a disciplina de uma peregrinação a Fátima ou celebração do 1º de maio organizada exemplarmente pela CGTP. São dinâmicas sociais totalmente diferentes”, sublinhou, garantindo que a PSP “fez aquilo que era adequado num quadro particularmente difícil” e não podia “forçar que a iniciativa se realizasse
MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA DEFENDE ATUAÇÃO DA PSP, QUE A SEU VER FEZ “TUDO AQUILO QUE ERA ADEQUADO”
dentro da instalação de uma entidade [o Sporting], que não queria fazer essa iniciativa”. De resto, Eduardo Cabrita garantiu que “não existe correlação demonstrada” entre os festejos e o crescimento da pandemia em Portugal, numa sessão marcada por críticas e acusações entre o ministro e Eduardo Marques, deputado do PSD. “o senhor ministro ignorou os avisos da PSP, o senhor ministro ignorou os avisos da DGS [Direção-Geral da Saúde] e preferiu deixar que a festa continuasse sem qualquer controlo”, atirou Eduardo Marques, tendo mesmo apelidado Cabrita de “incompetente”, que por sua vez viu na audição de ontem uma tentativa do PSD em “tirar um coelho da cartola”. “O despacho está transcrito no relatório, é um despacho meramente interno transmitindo ao secretário de Estado, não há nenhum outro despacho. Há uma passagem de informação”, frisou. *