Record (Portugal)

“VIVI OS MELHORES ANOS NO FC PORTO”

-

Qual foi o melhor momento da sua carreira?

JACKSON MARTÍNEZ – O melhor momento foi sem dúvida no FC Porto. Foram três anos espetacula­res, os melhores em termos de rendimento. Foi um clube no qual tive treinadore­s que tiraram o melhor de mim. Foram três anos em que fui melhor marcador da Liga. Isso para mim foi muito satisfatór­io.

E qual o pior? Aquele jogo que custou mais perder, aquela memória mais dolorosa?

JM – Os jogos em que jogámos melhor e não conseguimo­s ganhar. Jogos em que se teve seis ou sete oportunida­des e não se marcou e em que a outra equipa teve duas chances e fez um ou dois golos. Quando se acaba esses jogos, muitas vezes pode ficar-se tranquilo por um lado, porque sabemos que o caminho é esse. Não é uma coisa que vá acontecer sempre. Se a equipa jogou bem, criou oportunida­des, defendeu bem, vai ter mais vitórias do que derrotas.

Ganhou um campeonato e duas Supertaças. Ficou algo mais por ganhar no FC Porto?

JM – Falta sempre ganhar algo mais. O tempo foi curto, foram três anos, mas na parte pessoal fico com as pessoas que conheci, com os colegas que tive, com quem tenho respeito mútuo. Para mim, foi um tempo muito importante.

Saiu do FC Porto como o melhor marcador da história do Dragão? Que significad­o tem?

JM – Significa que o trabalho foi bem feito. Todos os recordes se superam, há sempre alguém que o supera e eu desejo que aquele que supere a marca seja alguém que tenha aquela ligação e aquela identifica­ção com os adeptos para poder ter uma aceitação maior. E também poder ser parte importante na equipa.

Golos de calcanhar, de bicicleta... Qual foi o mais especial?

JM – Há vários. Há um que marquei ao Beira-Mar, outro que marquei de calcanhar frente ao Sporting. Este último para mim foi normal, porque fazia nos treinos, mas por ter sido como foi e por ter sido num clássico no primeiro ano, tem algo de especial.

Sente, por tudo o que alcançou no clube, que tem um lugar na história?

JM – Isso não decido eu. Eu acho que são os resultados. E o clube e os adeptos são o que nos fazem entrar na história. Muitos jogadores estão na história de um clube. Sabemos que fazemos parte da história pelos resultados, mas os clubes são quem decide ressaltar isso ou não.

Olhando ao seu percurso detalhadam­ente, logo na primeira época foi campeão.

JM – Sim, foi uma época fantástica. Faltavam cinco jornadas e o título não era nosso, mas o Vítor Pereira tinha uma convicção enorme de que íamos ganhar. Isso contagiou-nos. E conseguimo­s. Dar a volta a tão pouco tempo do fim foi espetacula­r.

Com o famoso golo do Kelvin. Como recorda esse momento?

JM – Só podia entrar ali. Eu estava a acompanhar a jogada e quando o vi chutar pensei: só pode entrar ali. Se fosse noutro sítio, não entrava. Esse jogo foi especial. Esse e o do Bayern. Foram dois jogos em que sentimos que, mesmo quem estava em casa, estava ali. Foi incrível.

Nas épocas seguintes já não vence o título. O que falhou?

JM – Acho que tínhamos uma grande equipa, mas quando se deixa fugir demasiados pontos... Tivemos vários momentos para saltar para a frente e acabávamos a empatar. Cedemos vários pontos importante­s que não podíamos perder.

A época de Paulo Fonseca seria a mais conturbada. Foi a mais difícil para si?

JM – Foi difícil, porque normalment­e um clube e os adeptos têm de acreditar na forma como o treinador quer jogar. Aí aconteceu que entre os adeptos e to

“SABEMOS QUE FAZEMOS PARTE DA HISTÓRIA PELOS RESULTADOS, MAS OS CLUBES SÃO QUEM DECIDE RESSALTAR ISSO OU NÃO”

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal