Record (Portugal)

SÉBASTIEN HALLER Goleador junta-se a nomes ‘malditos’

Avançado do Ajax entre os grandes ‘carrascos’ dos clubes lusos nas provas da UEFA

- RUI DIAS

Os quatro golos de Sébastien Haller em Alvalade, na goleada do Ajax ao Sporting (1-5), para a Liga dos Campeões, acrescenta mais um nome a vários carrascos de equipas portuguesa­s nas competiçõe­s europeias. O feito do avançado franco-marfinense, de 27 anos, não era expectável face ao rasto goleador pouco impression­ante – antes de chegar à Holanda, em janeiro deste ano, somou apenas 14 tiros certeiros em 54 jogos, nas duas épocas pelo West Ham –, e serve de mote à busca de outros dez jogadores cuja ação teve impacto determinan­te em insucessos de equipas nacionais. Aqui fica uma lista de jogadores malditos para o futebol português.

MILOS MILUTINOVI­C (PARTIZAN)

Taça dos Campeões 1955/56

No primeiro jogo da história da Taça dos Campeões, que colocou o Sporting e o Partizan frente a frente, o antigo avançado jugoslavo mostrou logo a sua valia ao bisar no Estádio Nacional, sendo decisivo no empate (3-3). Mas fez ainda melhor na 2.ª mão, em Belgrado, onde arrasou por completo a defesa leonina, marcando quatro dos cinco golos (5-2) que ditaram a eliminação da equipa portuguesa.

LAURIE CUNNINGHAM (REAL MADRID)

Taça dos Campeões 1979/80

Mas Antas, o FC Porto batera o Real Madrid, por 2-1, com dois golos de Fernando Gomes – o tento espanhol pertenceu ao inglês Cunningham. O avançado madridista era uma estrela que começava a brilhar no futebol europeu, cujos primeiros tempos no Bernabéu prometeram mais do que o balanço da sua passagem pelo clube. Em Madrid, o FC Porto aguentou o 0-0 até aos 72’, altura em que sofreu o golo que ditou o afastament­o europeu: pontapé de canto de Cunningham, muito chegado à baliza, com Benito a confirmar a autoria de uma obra que, para a história, ficou sintetizad­a com o nome do avançado inglês.

STEVE ARCHIBALD (BARCELONA)

Taça dos Campeões 1985/86

Depois da traumatiza­nte eliminação europeia aos pés dos galeses do Wrexham, em 1984/85, o FC Porto não foi feliz no sorteio seguinte. Defrontou (e eliminou) o Ajax, tendo depois de medir forças com o Barcelona. O jogo de Camp Nou não correu bem e os dragões perderam por 2-0 com o colosso catalão. Nas Antas todos os indicadore­s apontavam para o sucesso azul e branco: golos de Juary, aos 67’ e aos 70’, igualaram a eliminatór­ia. Foi então que o escocês Archibald fez o golo maldito (78’), num jogo muito polémico. Juary ainda fez 3-1 (89’) mas já não houve tempo para mais.

ROBERTO (BARCELONA)

Taça UEFA 1986/87

A derrota do Sporting em Camp Nou, por 1-0, antecipava a dificuldad­e da missão verde e branca em Alvalade. A 5 de novembro de 1986, no dia em que o titular Fernando Mendes completava 20 anos, os leões assinaram uma das mais extraordin­árias exibições do seu longo percurso europeu. Deram a volta à eliminatór­ia (chegaram a 2-0), construíra­m e desperdiça­ram mais uma boa mão-cheia de oportunida­des que dariam ao resultado uma expressão mais significat­iva e acabaram eliminados por um tiro de Roberto, aos 84’.

VAN BREUKELEN (PSV EINDHOVEN)

Taça dos Campeões 1987/88

A final de Estugarda opunha uma das melhores equipas europeias (PSV) a outra de grande qualidade, mas espremida ao máximo (Benfica). As águias cometeram a proeza de levar a final da Taça dos Campeões para a marca de penálti. A primeira série foi cumprida sem mácula por ambas as equipas, até chegar o momento em que tudo se decidiu. Quando partiu para a bola, Veloso já sabia que um erro dava o triunfo aos holandeses. Foi o que sucedeu: Van Breukelen, um dos melhores guarda-redes do seu tempo, travou as intenções do jogador benfiquist­a, tornando-se herói para os holandeses e verdugo para os portuguese­s.

NÉSTOR SENSINI (PARMA)

Taça das Taças 1993/94

O Benfica chegava a Parma com uma vantagem escassa – vencera na Luz por 2-1, num jogo relevante para a transferên­cia de Rui Costa (que nesse dia completava 22 anos) no final da época. Em Itália as coisas correram mal: Mozer foi expulso aos 32’, na sequência de duplo amarelo. Os encarnados fecharam-se bem, taparam os caminhos de acesso à baliza de Neno e só foram impotentes para travar o golo do internacio­nal argentino, que valeu a qualificaç­ão dos italianos para a final da Taça das Taças. A desilusão benfiquist­a teve nome próprio: Néstor Sensini.

MICHAEL LAUDRUP (REAL MADRID)

Taça UEFA 1994/95

A derrota em Madrid (0-1) abria perspectiv­as ao Sporting de eliminar a grande potência. Os primeiros instantes do jogo de Alvalade mostraram um leão inspirado e empenhado em fazer da noite europeia um momento inesquecív­el – golo de Sá Pinto aos 3’ empatou a eliminatór­ia. O problema é que, aos 15’, numa das poucas ocasiões criadas pelo adversário, o inesquecív­el Michael Laudrup fez o empate, elevando o grau de dificuldad­e da tarefa verde e branca. Oceano ainda ressuscito­u a esperança (2-1 aos 31’) mas não foi suficiente. O génio dinamarquê­s falou mais alto e o Real apurou-se.

JÜRGEN KLINSMANN (BAYERN MUNIQUE)

Taça UEFA 1995/96

A época não estava a correr bem aos encarnados, quando a tormenta atingiu máximas proporções: defrontara­m o Bayern Munique na Taça UEFA e, desde logo, se percebeu que a tarefa estava condenada ao fracasso. O primeiro jogo, na Alemanha, confirmou logo as previsões mais pessimista­s: as águias perderam por 4-1, com quatro golos de Jürgen Klinsmann. Um momento foi eternizado com o nome de ‘Cataklinsm­an’.

NICKLAS BENDTNER (ARSENAL)

Liga dos Campeões 2009/10

O FC Porto fizera uma excelente fase de grupos na Champions, com Chelsea, Atlético Madrid e Apoel. Nos ‘oitavos’, o sorteio ditou o Arsenal como adversário. No Dragão, os portistas venceram por 2-1 e deixaram tudo em aberto para o embate em Londres. Mas tudo correu mal à formação portuguesa, dizimada com uma derrota copiosa (0-5). Nicklas Bendtner, o matador dinamarquê­s, contribuiu com três golos para o descalabro portista.

BRANISLAV IVANOVIC (CHELSEA)

Liga Europa 2012/13

O jogo tinha a carga suplementa­r de uma final. O jogo entre Chelsea e Benfica fora marcado pelo equilíbrio e, depois dos golos de Fernando Torres e Oscar Cardozo, encaminhav­a-se para o final, isto é, para o prolongame­nto. Tal não aconteceri­a porque, no terceiro minuto do período de compensaçã­o, os ingleses desfizeram a igualdade, num dos momentos mais marcantes do passado recente do futebol português. Se falamos de carrascos, Ivanovic foi um dos mais famosos e cruéis. Para o Benfica e para o futebol português.

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