Record (Portugal)

PRIMEIRA BIRRA

Messi não gostou de sair com o Lyon e a fogueira de vaidades no PSG começou a arder

- MIGUEL AMARO

O PSG voltou às vitórias frente ao Lyon, após o empate na Champions. No regresso à Ligue 1, a equipa da capital precisou de uma cambalhota no marcador – fez o 2-1 só aos 90’+3 -, mas no dia seguinte ninguém fala do triunfo ou das dificuldad­es dos parisiense­s. O tema é a substituiç­ão de Messi, ou melhor, a reação do astro argentino após a saída do relvado. O avançado reagiu mal e o caso, claro, ganhou proporções planetária­s, como tudo o que o ex-Barcelona faz.

Neste momento, Mauricio Pochettino deve estar bem arrependid­o de ter substituíd­o o compatriot­a, tal a dimensão que essa opção ganhou. “As decisões que tomo são a pensar no melhor para a equipa e para os jogadores. Às vezes gostam, outras vezes não”, explicou o treinador. O problema é que, neste caso, não foi um ‘jogador’ a não gostar, foi Messi o visado. Record falou com Toni e o antigo treinador do Benfica comentou o caso. “Nenhum jogador gosta de ser substituíd­o, a não ser no último minuto, para os aplausos. Neste caso, a substituiç­ão ganha repercussõ­es por ser o Messi. Nos nossos dias, com as redes sociais, rapidament­e ganha dimensão mundial.” Toni, que também foi capitão dos encarnados, considera que não é fácil gerir um plantel com tantas estrelas. “O treinador tem de tentar ser o mais coerente possível. Tem de fazer ver aos jogadores que nenhum está acima da equipa, que o coletivo é o mais importante, mas isso pode não ser bem aceite pelos craques”, considera o técnico, rematando: “A máxima que está por trás deste problema, seja no PSG ou noutro clube qualquer: um plantel é sempre um grupo de homens e conseguir gerir um grupo de 30 homens não é fácil, ainda mais com tantas estrelas. Além disso, o Messi não está habituado a ser substituíd­o. No Barcelona levava a equipa às costas.” Aliás, segundo os dados da Opta, Messi foi substituíd­o apenas 17 vezes desde janeiro de 2010, número que equivale a 5% dos 370 jogos em que foi titular em LaLiga. Em França, alguns criticam a atitude do jogador, ao não cumpriment­ar Pochettino, mas é fácil perceber que se a corda partir será para o lado do técnico. Khalifa Bin Hamad Al Thani, familiar do dono do PSG, utilizou o twitter para enviar o que está a ser entendido como um aviso ao treinador. “Londres é uma cidade linda e tu sabes”, escreveu.

Elogios a Nuno Mendes

“O TREINADOR TEM DE FAZER VER QUE O COLETIVO É MAIS IMPORTANTE, ISSO PODE NÃO SER BEM ACEITE PELOS CRAQUES” TONI, antigo treinador do Benfica

Do jogo de Lyon fica também a estreia de Nuno Mendes a titular no PSG. A exibição do lateral recebeu nota 6 (de 0 a 10) no jornal ‘L’Équipe’ e a apreciação ao trabalho do ex-leão serviu, também ela, para mais críticas a Mauricio Pochettino. “O português soube ser autoritári­o nos duelos mas sentiu-se que as indicações do treinador o impediram de atacar mais. Foi pena porque cada vez que subiu criou oportunida­des de golo. Vai dar uma nova dimensão ao lugar”, pode ler-se.

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ESPANTO. Messi ficou admirado por sair e nem cumpriment­ou Pochettino
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