NEGÓCIO DE 15 M€ COM JOVENS DA EQUIPA B
TRANSFERÊNCIAS CRUZADAS ANTECIPAM RECEITAS
O FC Porto vendeu dois jogadores da sua formação ao V. Guimarães por um valor total de 15 milhões de euros, no último mercado de transferências. As transações já eram conhecidas, mas não os valores envolvidos, ontem revelados através do relatório e contas de 2020/21 dos minhotos, a que Record teve acesso. Em sentido contrário e na mesma janela de mercado, também o V. Guimarães vendeu dois jovens ao FC Porto, de acordo com as informações recolhidas pelo nosso jornal por um valor global equiparado àqueles 15 milhões de euros.
Ainda sem que as contas do FC Porto relativamente à última época sejam conhecidas – a sociedade costuma apresentar o relatório anual nos últimos dias de outubro –, do documento homólogo do V. Guimarães constam referências diretas às aquisições de Francisco Ribeiro e Rafael Pereira, mas não às vendas de dois jogadores aos dragões, no caso Romain Correia e João Mendes. Porém, na rubrica relacionada com vendas de passes, os minhotos assinalaram um encaixe de 16,7 milhões de euros, não se conhecendo outros negócios dos minhotos que tenham propiciado a entrada de valores semelhantes nos seus cofres.
Estes são então negócios que se cruzam entre o Estádio do Dragão e o D. Afonso Henriques e que envolvem verbas consideráveis, mas que acabam por ter um efeito nulo ao nível das transações monetárias entre clubes, uma vez que a valorização feita pelas SAD de cada um dos envolvidos acaba por equiparar os valores totais a pagar e receber por cada uma das partes. Entre outras vertentes de gestão financeira que podem ter sido consideradas pelos administradores das sociedades – ver peça de apoio à direita –, este será acima de tudo um ato contabilístico que permitirá a FC Porto e V. Guimarães antecipar no imediato verbas a receber mais tarde no âmbito destes negócios, junto de entidades bancárias e através dos habituais diversos mecanismos financiamento.
De notar que os negócios em causa foram efetuados já depois de 30 de junho, ou seja após o fecho do exercício da última época, pelo que formalmente dizem respeito à época financeira em curso, de 2021/22. Isso mesmo está já espelhado no relatório do V. Guimarães e o mesmo irá acontecer no caso do FC Porto quando divulgar as suas contas.
*