Sucessor de Rui Costa: ele mesmo
Conheço o Rui Costa desde que, com 16 anos, foi eleito o melhor jogador do Torneio sub-18 de Lamego. Era o mais jovem, um rapaz super talentoso, com uma incandescente estrela que o envolvia, tal como Couto, Baía, Figo ou João Pinto. Havia algo em seu redor, uma áurea. Ou se tem ou não se tem. Ninguém é melhor ou pior por ter ou não ter. Apenas diferente. Saibam depois aproveitar essas oportunidades. O Rui soube agarrar esse destino.
Quando não foquei a jornada europeia do Benfica
na semana passada, foi apenas porque o ‘momento Benfica’, é mais de reflexão, do que de exibição. Resultados ajudam muito, mas essa não é a prioridade nesta altura. Os resultados não são tão relevantes, nesta que é, provavelmente, a maior crise do clube. Rui acumula anos de privilegiada formação de dirigente. Está definitivamente preparado para o cargo. Quem o lançou neste projeto foi o próprio Luís Filipe Vieira, também um amigo de longa data. A Justiça trocou-lhes as voltas,e houve necessidade institucional de antecipar um plano B.
Que Vieira não seja condenado é o desejo de todos
os seus amigos. Mas o Benfica está (e estará) acima de todas as pessoas. E então, os anónimos do costume. ‘empurraram’ Rui para a sua cadeira de sonho. Ele não quereria uma sucessão tão tumultuosa, pretenderia transição pacífica e festiva. Com as suas já famosas sentidas lágrimas, no fervor de ser Benfica. Estava visivelmente desconfortável e incomodado, quando assumiu o cargo de presidente, porque não foi assim que o predestinado da Damaia sonhou com aquele momento. É agora legítimo líder quando já o era antes de o ser. Porque nasceu com isto, porque nasceu para isto. E quem quer que venha, vai ter dificuldade em destronar aquele que, porventura será, o presidente do Benfica por muitos anos.