Record (Portugal)

Culpa de Solskjaer, não de Bruno

NÃO SE PODIA PEDIR A BRUNO FERNANDES QUE OPTASSE POR ENTREGAR A BOLA A CRISTIANO, COMO SE LHE TREMESSEM AS PERNAS NOS MOMENTOS DE PRESSÃO

- Alexandre Pais Ex-Diretor Record

Em quatro dias, o Manchester United perdeu duas partidas em casa, ambas por 1-0: com o West Ham, que o afastou da Taça da Liga, e com o Aston Villa. Pareciam duelos fáceis, tendo em conta o que aí vem, já que após a paragem das seleções, entre 16 de outubro e 6 de novembro, os ‘red devils’ terão seis (!) jogos terríveis, contra Leicester, Liverpool, Tottenham e Manchester City, para a Premier, e Atalanta, duas vezes, para a Liga dos Campeões.

Somados à inesperada quebra aos pés do Young Boys,

os dois ‘apagões’ da semana passada despejaram água fria, gelada mesmo, sobre o fogo intenso ateado pela chegada triunfal de Cristiano Ronaldo. Tanto na quarta-feira como no sábado, a toada apática que o United imprimiu ao seu jogo desapontou os adeptos, que estarão sobre brasas no duplo compromiss­o desta semana, curiosamen­te de novo em Old Trafford: na quarta, com o Villarreal – que acaba de empatar no Santiago Bernabéu... – e no sábado, fren- te ao Everton. A questão que se põe é se Ole Gunnar Solskjaer, que dirige o United desde 2018 sem ter logrado qualquer título – os últimos três tiveram a assi- natura de José Mourinho – estará ainda ao leme da equipa nas três semanas ‘demoníacas’ que referi.

Com a contrataçã­o de Varane, Sancho e Cristiano,

o MU tem finalmente um plantel à altura dos seus pergaminho­s. Mas esse grupo de predestina­dos precisa de um treinador de nível superior, ótimo também como gestor de recursos humanos. Será Solskjaer esse timoneiro? Dá a ideia que não.

Se o Uni ted tivesse empatado o desafio como As ton Villa, estaria ho je noto poda Premier, a par

do Liverpool. O ponto perdido no sábado tanto pode custar o tí-tulo ou o apuramento para a Champions,co mo não servir para nada. Mas a sua perda resul-ta mui toda falta de lide rançado técnic on o rueguês.

Não está em causa o ‘direito’ de Bruno Fernandes

continuar a ser o marcador dos penáltis do MU, a decisão tomada antes do jogo foi acertada. Nem se podia pedir ao médio português a opção – lógica e inteligent­e, só que ‘unilateral’ – de entregar a bola a Cristiano, como se ele, Bruno, fosse um jogador menor, cujas pernas tremessem nos momentos decisivos. Mas de novo a baquear em casa e com a partida nos derradeiro­s minutos, essa era a altura para o comandante se afirmar. E perante a enorme pressão e a probabilid­ade ‘caída do céu’ de evitar a derrota, cabia a Ole a qualidade – se a tivesse – do golpe de asa de entregar a tentativa de conversão do penálti ao maior especialis­ta que estava em campo, não por acaso um dos melhores do Mundo: Cristiano Ronaldo, claro.

Não o tendo feito, o destino se encarregou do resto.

Emiliano Martínez ‘desconcent­rou’ Bruno e este – ou o fantasma que dele se apoderou – rematou destrambel­hadamente para as nuvens. A culpa pertence, inteirinha, a Solskjaer. Porque falhou quando não podia falhar.

Parágrafo final para a repentina falta de inspiração

dos maiores goleadores da Europa. Nem Cristiano, nem Lewandowsk­i, nem Lukaku, nem Mbappé, nem Benzema... Ficaram todos em branco!

SE O PENÁLTI É DECISIVO E ANDA POR ALI O MELHOR MARCADOR DO MUNDO,

QUEM PODE... MANDA!

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DANIEL SÁ BRUNO PRATA
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