Record (Portugal)

O passivo do Sporting

- Carlos Barbosa da Cruz

Foi recentemen­te noticiado que os bancos credores do Sporting, iriam vender a desconto os seus créditos sobre a SAD, incluindo os famosos VMOC.

O Sporting está aqui numa posição ingrata,

de expectativ­a, porque, segundo as regras agora praticadas na banca, os créditos não podem ser negociados diretament­e com o devedor. Por outras palavras, será sempre um terceiro, se aparecer, a comprar. Resta saber se a banca cumpre o direito de preferênci­a que, segundo se noticia, reconheceu ao Sporting, num cenário de alienação dos VMOC. Esta situação, contudo, não é necessaria­mente adversa.

Em primeiro lugar porque, na prática,

retira dos bancos a negociação do passivo do clube, sendo certo que as turbulênci­as resultante­s da resolução do BES tinham trazido entropias a essa indispensá­vel definição. Em segundo lugar, porque qualquer adquirente dos créditos, naturalmen­te, quererá definir com o Sporting regras claras de reembolso. Tudo isto sem perder de vista a delicadeza do caso dos VMOC, com aquela espada de Dâmocles que consiste em, caso sejam executados, alterarem a composição do capital social da SAD.

Esta direção venceu, com inegável mérito, a batalha

desportiva, quer no futebol profission­al, quer na formação, quer nas modalidade­s, elevando o Sporting a patamares de que andava arredado. Tem agora pela frente um

SE FOREM EXECUTADOS, VMOC

DO CAPITAL SOCIAL DA SAD

desafio não menos importante, que é a batalha financeira, por forma a assegurar a sustentabi­lidade do clube e uma tesouraria gerível.

Tenho toda a confiança

que saberá estar à altura. Onde muitos vêm uma ameaça, eu vejo uma oportunida­de.

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