Estado de sítio
Além do golpe devastador da perda de Messi, o Barcelona, a atravessar uma das maiores crises da sua história, viu-se obrigado a reduzir drasticamente o plantel. A tarefa de reconstrução, edificada pelo quebradiço Ronald Koeman, está longe de se revelar positiva, quer a nível de resultados, quer a nível da qualidade exibicional. Contudo, respeitar a grandeza de um clube e de uma equipa, que ainda conta com jogadores capazes de fazer a diferença, é o passo deliberativo para estar mais perto de ru- bricar uma página flamante na história europeia do Benfica.
NUMA EQUIPA EM RECONSTRUÇÃO, DEPAY É O ELEMENTO MAIS DIFERENCIADOR DO BARÇA
Inicialmente fiel a uma estru- tura em 4x3x3, Ronald Koeman tem procurado desviar-se da matriz Barça com o fito de tornar a equipa mais consistente. Por isso, mais recentemente tem indagado uma derivação do 4x2x3x1 para o 4x4x2 em losango que, como surtiu efeito ante o Levante, poderá ser repetida em Lis- boa. Um jogo em que Koeman deverá voltar a contar com Pedri e Sergio Roberto, além do regressado Ansu Fati, ao invés de Jordi Alba, Dembelé, Agüero e
Braithwaite, que continuarão fora, devido a lesões.
Apesar de se manter fiel a um ideário de posse, o Barcelona tende a recorrer ao jogo exterior para chegar a zonas de finaliza- ção. Seja através de cruzamentos, que visam, em primeira ins- tância, o jogo aéreo de Luuk De Jong, mas também as entradas ao segundo poste de Memphis Depay, o elemento mais diferenciador e que protagoniza mais ações individuais com a baliza rival como alvo. Algo que faz com que os culé ataquem de forma desequilibrada, pois inclinam-se para o corredor esquerdo, o que faz com que votem o corredor oposto, em várias situações, a um quase total ostracismo. Há também que ter em conta um peso cada vez maior das situações de contragolpe e das bolas paradas laterais, após combinações curtas,
Mantendo os índices de agressividade altos na pressão e na reação à perda, o Barcelona tem evidenciado lacunas gritantes no capítulo defensivo, consentindo que os oponentes cheguem, com alguma facilidade, a situações de finalização. A maior fragilidade está na defesa de cruzamentos, tanto na bola parada, como em bola corrida, onde é evidente um excesso de exposição dos laterais. Além disso, têm sido notórias, apesar do preenchimento do corredor central, arduidades no controlo do espaço entre as linhas, assim como, se superada a primeira linha de obstrução, no momento de transição defensiva, sobretudo nos espaços entre lateral e defesa-central.