MILHÕES À SOLTA EM PARIS
PSG e Man. City reencontram-se na Champions em busca de um sonho fugidio e... dispendioso
Menos de cinco meses depois de se defrontaram nas meias-finais da Liga dos Campeões, PSG e Manchester City reencontram-se hoje no Parque dos Príncipes. Será o 6º duelo entre os dois clubes e os ingleses levam clara vantagem, pois nunca perderam (3V e 2E). Desta vez, frente a frente estarão os dois plantéis mais valiosos da atualidade, depois de os parisienses garantirem reforços de peso no verão, como Donnarumma, Hakimi, Nuno Mendes e, principalmente, Messi, o craque argentino que vai reencontrar Guardiola, com quem viveu os melhores anos no Barcelona. O confronto fica também marcado pelo facto incontornável de ambos serem os exemplos maiores dos chamados clubes-estado. No caso do PSG, assinala-se este ano uma década de controlo qatari, através da Qatar Sports Investiments. Já os citizens são propriedade do Abu Dhabi United Group, de Mansour bin Zayed Al Nahyan, membro da família real dos Emirados. E foram os muitos milhões vindos do Médio Oriente que transformaram ambos os emblemas em dois dos mais poderosos do mundo desportivo. Ainda assim, sem conseguir replicar a nível internacional o sucesso alcançado internamente.
Coincidências à parte, a verdade é que nenhum dos dois clubes se tem poupado a esforços para chegar a esse objetivo. Apesar das restrições do Fair Play Financeiro da UEFA, uns e outros conseguiram reunir autênticas constelações em Paris e em Manchester ao longo dos últimos anos. Desde 2011, com a chegada dos qataris ao controlo, o PSG investiu 1.400 milhões de euros em contratações, um valor que se junta aos elevados salários para convencer outros craques que assinaram a ‘custo zero’, como Donnarumma, Wijnaldum, Sergio Ramos e Messi no último defeso. Em idêntico período, o City gastou ainda mais: 1.639 milhões de euros, aos quais há ainda que acrescentar 488,3 M€ nas três épocas anteriores, depois que Al Nahyan comprou o clube em 2008. As escolhas até podem não ser as mesmas que constam na infografia, mas estes são os onzes mais valiosos de cada emblema.
O forte investimento em busca de resultados desportivos reflete-se naturalmente nos custos salariais e o PSG já leva a primazia: em 2019/20 gastou 423 M€, um valor recorde que representava quase 80% do total de receitas e que estará agora naturalmente inflacionado com a chegada de Messi.
O argentino dominou, aliás, as conferências dos treinadores. Pochettino dissipou as dúvidas quanto à recuperação do astro e Guardiola congratulou-se com a presença do antigo pupilo em campo. “Este tipo de jogadores falam por si em campo. Tudo o que ele fez ao longo da sua carreira é mais do que excecional.” E como travar um ataque com Leo, Neymar e Mbappé? “Com a qualidade que eles têm, não sei o que podemos fazer. Não podemos apertar apenas um jogador para travar o talento que o PSG tem. Temos de o fazer como equipa. Eles são muito bons e temos de saber sofrer”, vincou Pep. Pochettino lembra que ambos os clubes perseguem o sonho de ganhar a Champions, mas ressalva: “É um processo que exige paciência, tempo e investimento. Não vamos ser hipócritas. O City está muito à nossa frente.”
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PEP NÃO SABE COMO TRAVAR O TALENTO DO RIVAL E POCHETTINO PEDE “PACIÊNCIA E INVESTIMENTO”: “CITY ESTÁ À NOSSA FRENTE”