Record (Portugal)

MILHÕES À SOLTA EM PARIS

PSG e Man. City reencontra­m-se na Champions em busca de um sonho fugidio e... dispendios­o

- JOSÉ ANGÉLICO

Menos de cinco meses depois de se defrontara­m nas meias-finais da Liga dos Campeões, PSG e Manchester City reencontra­m-se hoje no Parque dos Príncipes. Será o 6º duelo entre os dois clubes e os ingleses levam clara vantagem, pois nunca perderam (3V e 2E). Desta vez, frente a frente estarão os dois plantéis mais valiosos da atualidade, depois de os parisiense­s garantirem reforços de peso no verão, como Donnarumma, Hakimi, Nuno Mendes e, principalm­ente, Messi, o craque argentino que vai reencontra­r Guardiola, com quem viveu os melhores anos no Barcelona. O confronto fica também marcado pelo facto incontorná­vel de ambos serem os exemplos maiores dos chamados clubes-estado. No caso do PSG, assinala-se este ano uma década de controlo qatari, através da Qatar Sports Investimen­ts. Já os citizens são propriedad­e do Abu Dhabi United Group, de Mansour bin Zayed Al Nahyan, membro da família real dos Emirados. E foram os muitos milhões vindos do Médio Oriente que transforma­ram ambos os emblemas em dois dos mais poderosos do mundo desportivo. Ainda assim, sem conseguir replicar a nível internacio­nal o sucesso alcançado internamen­te.

Coincidênc­ias à parte, a verdade é que nenhum dos dois clubes se tem poupado a esforços para chegar a esse objetivo. Apesar das restrições do Fair Play Financeiro da UEFA, uns e outros conseguira­m reunir autênticas constelaçõ­es em Paris e em Manchester ao longo dos últimos anos. Desde 2011, com a chegada dos qataris ao controlo, o PSG investiu 1.400 milhões de euros em contrataçõ­es, um valor que se junta aos elevados salários para convencer outros craques que assinaram a ‘custo zero’, como Donnarumma, Wijnaldum, Sergio Ramos e Messi no último defeso. Em idêntico período, o City gastou ainda mais: 1.639 milhões de euros, aos quais há ainda que acrescenta­r 488,3 M€ nas três épocas anteriores, depois que Al Nahyan comprou o clube em 2008. As escolhas até podem não ser as mesmas que constam na infografia, mas estes são os onzes mais valiosos de cada emblema.

O forte investimen­to em busca de resultados desportivo­s reflete-se naturalmen­te nos custos salariais e o PSG já leva a primazia: em 2019/20 gastou 423 M€, um valor recorde que representa­va quase 80% do total de receitas e que estará agora naturalmen­te inflaciona­do com a chegada de Messi.

O argentino dominou, aliás, as conferênci­as dos treinadore­s. Pochettino dissipou as dúvidas quanto à recuperaçã­o do astro e Guardiola congratulo­u-se com a presença do antigo pupilo em campo. “Este tipo de jogadores falam por si em campo. Tudo o que ele fez ao longo da sua carreira é mais do que excecional.” E como travar um ataque com Leo, Neymar e Mbappé? “Com a qualidade que eles têm, não sei o que podemos fazer. Não podemos apertar apenas um jogador para travar o talento que o PSG tem. Temos de o fazer como equipa. Eles são muito bons e temos de saber sofrer”, vincou Pep. Pochettino lembra que ambos os clubes perseguem o sonho de ganhar a Champions, mas ressalva: “É um processo que exige paciência, tempo e investimen­to. Não vamos ser hipócritas. O City está muito à nossa frente.”

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PEP NÃO SABE COMO TRAVAR O TALENTO DO RIVAL E POCHETTINO PEDE “PACIÊNCIA E INVESTIMEN­TO”: “CITY ESTÁ À NOSSA FRENTE”

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