Record (Portugal)

A hostilidad­e tem limites

- José Miguel Sampaio e Nora

Todos nós crescemos a ouvir que o “fator casa” não era mais do que poder converter o estádio num autêntico inferno, algo ao qual não haveria quaisquer limites impostos. Algo que os regulament­os nacionais, internacio­nais e até a legislação contrariam, designadam­ente, quanto à pirotecnia, à xenofobia e ao comportame­nto dos adeptos. Prova disso mesmo é a recente decisão do Comité Disciplina­r da FIFA que, em 21 de setembro de 2021, sancionou a Federação Húngara de Futebol (em virtude dos factos ocorridos na Puskas Arena, em Budapeste, no jogo de qualificaç­ão para o Mundial de 2022 com a Inglaterra), na sanção de três jogos à porta fechada, ainda que a sanção relativa aos últimos

APLAUDA-SE A DECISÃO DA FIFA, QUANDO SE QUER ATRAIR FAMÍLIAS AOS ESTÁDIOS

dois jogos esteja suspensa na sua execução por um período de dois anos, e ainda numa multa de 200.000 francos suíços. Tudo por causa do comportame­nto xenófobo contra a equipa britânica de alguns adeptos afetos à equipa magiar, que chegaram, mesmo a arremessar objectos para dentro do campo, incluindo pirotecnia. Comportame­ntos estes que já tinham sido alvo de investigaç­ão após o jogo do Euro’2020, que opôs esta seleção à França e deu, mesmo, origem à abertura de processo disciplina­r após o jogo com a seleção alemã.

Hoje, não podem restar

dúvidas de que a hostilidad­e tem limites e isso não pode deixar de ser um facto de aplaudir, sobretudo quando se pretendem atrair famílias aos estádios e há que assegurar a segurança de todos os adeptos.

josemiguel­nora@icloud.com

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal