A hostilidade tem limites
Todos nós crescemos a ouvir que o “fator casa” não era mais do que poder converter o estádio num autêntico inferno, algo ao qual não haveria quaisquer limites impostos. Algo que os regulamentos nacionais, internacionais e até a legislação contrariam, designadamente, quanto à pirotecnia, à xenofobia e ao comportamento dos adeptos. Prova disso mesmo é a recente decisão do Comité Disciplinar da FIFA que, em 21 de setembro de 2021, sancionou a Federação Húngara de Futebol (em virtude dos factos ocorridos na Puskas Arena, em Budapeste, no jogo de qualificação para o Mundial de 2022 com a Inglaterra), na sanção de três jogos à porta fechada, ainda que a sanção relativa aos últimos
APLAUDA-SE A DECISÃO DA FIFA, QUANDO SE QUER ATRAIR FAMÍLIAS AOS ESTÁDIOS
dois jogos esteja suspensa na sua execução por um período de dois anos, e ainda numa multa de 200.000 francos suíços. Tudo por causa do comportamento xenófobo contra a equipa britânica de alguns adeptos afetos à equipa magiar, que chegaram, mesmo a arremessar objectos para dentro do campo, incluindo pirotecnia. Comportamentos estes que já tinham sido alvo de investigação após o jogo do Euro’2020, que opôs esta seleção à França e deu, mesmo, origem à abertura de processo disciplinar após o jogo com a seleção alemã.
Hoje, não podem restar
dúvidas de que a hostilidade tem limites e isso não pode deixar de ser um facto de aplaudir, sobretudo quando se pretendem atrair famílias aos estádios e há que assegurar a segurança de todos os adeptos.
josemiguelnora@icloud.com