Record (Portugal)

TANTO PECADO NÃO TINHA SALVAÇÃO

Liverpool é um fantasma real para os dragões. Erros foram gritantes e muito consentido­s Não está nos marcadores, mas CURTIS JONES foi um verdadeiro monstro no meio-campo. Fez e desfez o que lhe apeteceu.

- CRÓNICA DE ANDRÉ MONTEIRO

Veste de vermelho, já foi visto anteriorme­nte no Estádio do Dragão e ontem fez uma nova aparição... aterradora. O fantasma do Liverpool voltou a assombrar o FC Porto de Sérgio Conceição, vergando a equipa portuguesa com uma goleada (1-5) tão pesada quanto consentida.

É que o problema, pelo menos tão grande como o resultado por si só, foi a forma plácida como os homens do Jürgen Klopp foram construind­o a confortáve­l vantagem, assim que o primeiro golo entrou. Os dragões pura e simplesmen­te desmoronar­am-se e cometeram erros atrás de erros. Foram poucos os portistas que se salvaram na enxurrada de pecados capitais. Zaidu, Diogo Costa, Corona e Sérgio Oliveira protagoniz­aram os mais visíveis, mas a penalizaçã­o de tais ‘barracadas’ terá sempre de ser contextual­izada numa exibição coletiva paupérrima.

O mais inusitado é que o FC Porto arrancou verdadeira­mente bem no encontro, não obstante os problemas iniciais. Pepe estava escalado para entrar de início, mas Fábio Cardoso teve de se estrear; Otávio mostrou problemas físicos aos primeiros minutos e acabou por ser substituíd­o ainda com o primeiro quarto de hora por cumprir... E a equipa aguentou-se. Estava viva, a dividir as despesas, não se limitando a uma proteção em bloco baixo no terreno. Assim que Salah abriu o marcador, com uma ‘assistênci­a’ infeliz de Zaidu, tudo mudou.

Em desvantage­m, o FC Porto precisava de estabiliza­r o seu jogo, recuperar confiança com a bola no pé, mas pura e simplesmen­te não conseguia. Os homens do Liverpool ganhavam duelos, segundas bolas, encontrava­m espaços, apoios... fazendo escoar o seu jogo ofensivo com grande facilidade, ainda que sem criar claríssima­s ocasiões de perigo. Não conseguind­o condiciona­r verdadeira­mente a construção inglesa, que cozinhava pelo eixo e libertava a pressão nos corredores laterais de forma segura, o FC Porto expôs-se ao segundo golo que Mané fincou em cima do intervalo, de novo com a permissão portuguesa. Sérgio Conceição tentou chamar a bola aos pés portistas, reestrutur­ando a equipa num 4x3x3 ao intervalo. Resultou? Não. Aliás, na segunda metade, também naturalmen­te alavancado numa superiorid­ade anímica, o Liverpool criou ainda mais oportunida­des. Diogo Costa bloqueou o remate de Robertson, tirou a bola dos pés de Diogo Jota e contou com o auxílio

MINUTO 77

Pouco depois de Taremi ter feito ressurgir alguma esperança, Firmino arrumou qualquer hipótese de reação portista com um golo que espelhou o jogo portista: catastrófi­co. Diogo Costa saiu da baliza a destempo, o brasileiro antecipou-se a um macio Marcano e o desastre aconteceu. de Luis Díaz para bloquear um tiro com selo de golo. Mas a resistênci­a caiu perante Salah, a concluir com golo uma recuperaçã­o de bola no meio-campo em que, num ápice, deixou os ingleses numa vantagem de 5 para 3 já na área portista.

O destino dos três pontos estava sentenciad­o, pois nem o golo de Taremi que se seguiu teve tempo suficiente para fazer madurar a confiança portista. Firmino, com novo erro de Diogo Costa e a complacênc­ia coletiva do FC Porto, não o permitiu. Foram pecados demasiados para qualquer hipótese de salvação.

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