Record (Portugal)

DOIS PENÁLTIS ‘LIGHT’

- TIRA-TEIMAS Iturralde González antigo árbitro internacio­nal espanhol

Começamos por esta jogada no Gil Vicente-FC Porto, na qual

o defesa corre muitos riscos ao colocar as mãos nas costas de Taremi [1]. No entanto, não é motivo suficiente para apitar penálti. Quando se apercebe de que já não vai conseguir chegar à bola e sente o contacto nas costas, deixa-se cair. Não vejo ali força suficiente para que o árbitro assinale penálti. É uma daquelas jogadas em que o defesa corre muitos riscos, uma vez que se o árbitro, que está perto, considera que houve força excessiva, pode apitar falta e o defesa não pode contestar. É uma jogada ‘de árbitro’ e não ‘de VAR’. Todas as diretrizes dizem-nos, agora, que não se podem assinalar ‘penáltizin­hos’, os chamados penáltis ‘light’, mas sim penáltis fortes. O defesa tem é de perceber, neste caso, que está a correr alguns riscos, mas volto a dizer que não é caso para penálti.

Esta jogada é muito semelhante à que estivemos a analisar.

O defesa do Arouca [2] corre muitos riscos ao fazer o contacto com o avançado mas, mais uma vez, não o faz com força suficiente para que este caia e seja assinalado penálti. Não são jogadas de VAR, uma vez que não se tratam de erros claros, mas se o árbitro apita penálti não se pode contestar, uma vez que, de facto, houve um ligeiro contacto. Mas, para mim, o avançado, tal como Taremi no jogo com o Gil Vicente, sente o contacto e deixa-se cair para ganhar o penálti. Não é caso para isso.

Neste lance, que aconteceu no Boavista-Estoril, há muito que

analisar [3]. O árbitro assinalou mão na bola e o VAR interveio. Ao fazê-lo foi porque considerou que a bola não terá tocado no braço, mas sim no ombro. Ao ver as imagens e validar a decisão que havia tomado inicialmen­te, o árbitro cria um problema: é que não há consistênc­ia nas decisões. O VAR não tinha nada que intervir nesta jogada porque não se trata de um erro claro. Isto só vem desacredit­ar o vídeo-árbitro. Olhando para as imagens, parece-me que a bola toca no ombro mas não tenho a certeza. Por isso, se eu fosse o VAR não teria dito nada. Não pode é acontecer os dois verem a imagem e o árbitro manter a decisão. Para que serviu o VAR neste lance, então?

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