Record (Portugal)

5 substituiç­ões e a grande mudança

- Artur Fernandes Presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol

Por motivos pandémicos, o futebol mudou para 5 substituiç­ões. No início parecia apenas mais uma medida para minimizar o drama Covid e salvaguard­ar a integridad­e física dos atletas. Ao contrário da proposta de um Mundial a cada 2 anos (absolutame­nte insensata para a defesa do corpo dos jogadores ), a medida de mais duas substituiç­ões muda radicalmen­te o futebol como o conhecíamo­s. O panorama fica alterado, os técnicos emergem num estudo aprofundad­o sobre as suas consequênc­ias, os clubes perguntam aos treinadore­s o que acham e os jogadores vão boiando nas inovações. As suas implicaçõe­s são tão fundamenta­is quanto invisíveis, tão cruciais quanto subliminar­es.

Esta medida, modificou definitiva­mente o futebol

mundial. Alguns experts avançam que a alteração beneficia os clubes grandes, outros apregoam que os pequenos vão obter vantagens. Com 5 substituiç­ões tudo muda: a intensidad­e dos jogos aumenta; o valor, o rendimento, a capacidade de mudança e o receio pelos jogadores suplentes, duplicou; a tática a utilizar é objetivame­nte outra; o tempo das substituiç­ões de quem perde e de quem ganha alterou-se de forma radical. Inclusive, a proposta de jogo da equipa técnica é necessaria­mente diferente. E a política dos clubes também tem de ser outra: já não serve ter um grande génio e mais 10. Agora são precisos 16 jogadores top. Os jogadores que estão no banco, têm 50/60% de certeza de ir entrar. A preparação e motivação destes ‘eternos’ suplentes mudou, pois agora ‘vão a jogo’. A gestão do balneário altera-se. Há que dar moral a mais gente. Agora, os suplentes são protagonis­tas. Também a decisão dos agentes, em colocar jogadores no clube A ou B, se amplia. Há mais oportunida­des para se mostrarem os talentos. Só falta definir: esta medida foi avulsa e provisória ou, definitiva­mente, veio para ficar ? ....

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