Record (Portugal)

Sonhos elevados em cada pagaiada

CANOAGEM PORTUGUESA EXIBE GALÕES

- ANA PAULA MARQUES E JOSÉ ANGÉLICO

Depois do bronze olímpico, Fernando Pimenta bisou no mais recente Mundial. Mas não esteve sozinho, pois Francisco Laia, Messias Baptista e João Ribeiro subiram também ao pódio. E se o momento é positivo, há a ambição de fazer melhor

Com pouco mais de 40 anos de história como federação desportiva em Portugal – a título de exemplo refira-se que a de ciclismo já tem 121 anos, a de futebol tem 107 e a de atletismo está a comemorar o centenário –, a canoagem é hoje inegavelme­nte uma das modalidade­s mais bem sucedidas no panorama nacional, tendo evoluído sobretudo nos últimos 20 anos, depois de ter passado por momentos conturbado­s. A modalidade estreou-se em Jogos Olímpicos em Seul’1988, sendo que as primeiras medalhas internacio­nais na velocidade surgem um ano depois, por José Garcia. Este viria a ser durante largos anos o rosto mais visível da modalidade, até que deu lugar a outros, como Emanuel Silva, a conseguir logo na sua estreia olímpica, em Atenas’2004, com 18 anos, um diploma (7.º em K1 1000 metros). Foi nesse ano que Mário Santos também assumiu a presidênci­a da Federação Portuguesa de Canoagem, cargo que manteve até 2013, saindo por motivos pessoais. A ele pertence o virar de uma página na modalidade, com a mudança do paradigma ao nível de como preparar as Seleções Nacionais para as grandes competiçõe­s. Foi à Polónia buscar Ryszard Hoppe, técnico que tomou em mãos um grande desafio, colocar a canoagem portuguesa no topo internacio­nal. Esteve 14 anos em Portugal, saiu com trabalho feito e resultados. A atual direção, presidida por Vítor Félix, que substituiu Mário Santos quando este se demitiu em 2013 e que já assumiu recandidat­ar-se a novo mandato, teve a tarefa difícil de, ao mudar o figurino e a filosofia das equipas técnicas nacionais, manter e tentar melhorar o nível da canoagem nacional além-fronteiras. Essa meta tem sido de alguma maneira conseguida, muito graças a Fernando Pimenta, que aglutina em si os maiores sucessos. As únicas medalhas olímpicas têm o seu nome – uma delas em parceria com Emanuel Silva –, sendo necessário várias mãos para contar os pódios em outras provas, como Europeus, Jogos Europeus e Mundiais. Ao todo já são 108 medalhas internacio­nais. Mas será que o futuro da canoagem portuguesa tem condições para manter “sonhos elevados em cada pagaiada”? Afinal, o melhor Mundial de sempre para Portugal (quatro medalhas conquistad­as na Dinamarca, em setembro) que efetiva expressão tem para o futuro? Estas são algumas das questões a que Fernando Pimenta, e também Mário Santos e Vítor Félix, respondem nas páginas seguintes...

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