Record (Portugal)

“Disseram-me que era um menino mimado e egoísta”

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Falou sobre ter uma equipa a treinar consigo, acrescenta­ndo o facto de estar disponível também para fazer um barco coletivo, assunto também já abordado pelo seu treinador Hélio Lucas. Pergunto-lhe, está saturado de treinar sozinho?

FP – É muito, muito duro. Por isso, ponderámos seriamente não ir a este Mundial da Dinamarca. Fomos lá porque somos persistent­es, e se assumi o compromiss­o que ia, tinha de ir e dar o meu melhor para chegar ao Mundial na minha melhor forma. Apesar de ter vindo de Tóquio com uma medalha, passámos depois disso por uma fase muito dura.

Como se supera a fase de não querer treinar e depois mudar o chip para: ‘Eu vou ao Mundial e para ganhar’?

FP – É o acreditar... mas é todo um processo desgastant­e. Gostava de fazer mais oito anos de alta competição, mas se calhar a treinar sozinho vai ser impraticáv­el...

Se for concretiza­do o desejo de fazer por exemplo também um K2, tem preferênci­a em poder fazer equipa com algum colega? O João Ribeiro é também seu colega de clube [Benfica], para além de já ter feito equipa com ele em outras situações...

FP – Sem dúvida que com o João há um bom entendimen­to. Mas as equipas fazem-se com quem se apresentar melhor e se eu também for merecedor disso. Quem se enquadrar e quem quiser assumir o compromiss­o.

O Emanuel Silva, com quem conquistou a medalha de prata em Londres’2012 [K2 1000], será também opção?

FP – Não sei qual é a situação do Emanuel neste momento [entretanto, o Emanuel já esclareceu que vai continuar até Paris’2024], assim como a dos outros atletas. Não podemos descartar ninguém, pois haverá atletas com ambições e vontade de competir.

Fazer um barco coletivo não descura o seu foco no K1?

FP – Não. De maneira nenhuma. Não digo que será a minha principal aposta, mas será sempre uma aposta. Já para Tóquio tentámos fazer K2 com algum dos meus colegas, mas não houve essa abertura por parte da federação, porque não queriam arriscar uma possível medalha no K4 em prol do K2...

E já haverá abertura da federação para avançar com um K2 para Paris’2024?

FP – Espero bem que sim. Porque se formos analisar – e são factos, não estamos a especular –, da final olímpica do K1 1000 metros o único que não fez K2 fui eu. O único que não tinha parceiros de treino a tempo inteiro era eu.

Depois dos Jogos de Londres’2012, o Fernando reivindico­u fazer o K1 1000 metros...

FP – Mas nunca disse que não fazia o K2 ou qualquer outro barco coletivo. Se pudesse fazia K1, K2 e K4. A aposta no K1 penso que foi uma aposta mais do que ganha... mais do que dizerem, na altura, que era um menino mimado, que fazia birra, que era egoísta. Os resultados estão à vista. Agora nunca fechei a porta às tripulaçõe­s.

“OS RESULTADOS [NO K1] ESTÃO À VISTA. AGORA NUNCA FECHEI A PORTA ÀS TRIPULAÇÕE­S. PARA TÓQUIO TENTÁMOS FAZER K2”

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VISITA. Bernardo Ribeiro, Sérgio Krithinas receberam Fernando Pimenta

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