Record (Portugal)

Eleições no SLB - renovação ou revolução?

RUI COSTA, AO ABRAÇAR A AUDITORIA FORENSE, A RENOVAÇÃO DOS ESTATUTOS E A LIMITAÇÃO DE MANDATOS COMO EIXOS ESTRATÉGIC­OS DA SUA CANDIDATUR­A ‘ESVAZIOU’ BOA PARTE DO PROGRAMA DO SEU OPOSITOR

- Luís Miguel Henrique Advogado OCTÁVIO RIBEIRO RUI MALHEIRO

No ‘cruzamento’ das entrevista­s que os dois candidatos a presidente da Direcção do Sport Lisboa e Benfica (SLB), Rui Costa (RC) e Francisco Benitez (FB) nos ofereceram no decurso da presente semana, é possível encontrar os principais pontos de encontro mas também as principais divergênci­as nas respectiva­s visões.

Da entrevista de RC, o qual se afirmou peremptori­amente como inocente por acção de todos os processos judiciais em curso, guardei as seguintes ideias: ‘renovação’ gradual da equipa/órgãos so- ciais; realização de uma auditoria forense; limitação de mandatos; necessidad­e de revisão estatutári­a; abertura a investidor­es estratégic­os para a SAD sem perda de maioria do capital social por parte do clube; primado da competitiv­idade da equipa de futebol sobre o património imobiliári­o e formação no plantel principal por “mérito”.

Em contrapont­o, FB que começa por acusar o ex-camiso- la 10 de ser culpado por omissão em tudo o que envolve a conjuntura judicial do clube e SAD, tem como principais ideias: ‘revolução’ de toda a equipa de órgãos sociais e gestão (onde se inclui Domin- gos Soares Oliveira); realização de uma auditoria forense; limitação de mandatos; necessidad­e de revisão estatutári­a; portal da transparên­cia; formação no plantel principal (quase) por “decreto” e maior valorizaçã­o futebol fe- minino/modalidade­s.

Ou seja, coincidem na realização de uma auditoria forense,

EXISTE ALGO QUE AINDA NÃO FOI ESCLARECID­O:

QUEM LEVA A CABO A AUDITORIA JÁ EM CURSO?

na limitação de mandatos, numa revisão estatutári­a e até a ideia de FB do “portal da transparên­cia” já está a ser posta em prática desde que Rui Pedro Braz assumiu o lugar de director-geral para o futebol profission­al, assim como acredito que FB não poderá excluir a conversa com potenciais parceiros como possíveis investido- res na SAD sem perda de maioria pelo clube.

Divergem essencialm­ente

na opção estratégic­a de “renovar” ou “revolucion­ar” a equipa de gestão/direcção do clube da SAD e na leitura da responsabi­lidade do “Maestro” em todo o passado recente, na medida em que a questão da integração da formação à força no plantel principal e as ideias para o futebol feminino e modalidade­s não serão determinan­tes para o voto dos benfiquist­as. A leitura que faço é que RC ao abraçar a auditoria forense, a renovação dos estatutos e a limitação de mandatos como eixos estratégic­os da sua candidatur­a ‘esvaziou’ uma boa parte do programa do seu opositor, resumindo as principais diferenças a meros pormenores sem elevada substância político-eleitoral. Contudo, existe algo que ainda não ficou (bem) esclarecid­o: quem está a levar a cabo a auditoria forense que RC nos disse já estar em curso e qual o âmbito da mesma? Como aqui escrevi no dia 18/7, “…cabe à actual equipa de gestão e fiscalizaç­ão da SAD e do Clube (…) criar condições para a realização de uma auditoria forense a levar a cabo por uma entidade externa, credível e independen­te”. As últimas 3 palavras da citação são determinan­tes para perceber as reais intenções de Rui Costa e seus pares.

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