Eleições no SLB - renovação ou revolução?
RUI COSTA, AO ABRAÇAR A AUDITORIA FORENSE, A RENOVAÇÃO DOS ESTATUTOS E A LIMITAÇÃO DE MANDATOS COMO EIXOS ESTRATÉGICOS DA SUA CANDIDATURA ‘ESVAZIOU’ BOA PARTE DO PROGRAMA DO SEU OPOSITOR
No ‘cruzamento’ das entrevistas que os dois candidatos a presidente da Direcção do Sport Lisboa e Benfica (SLB), Rui Costa (RC) e Francisco Benitez (FB) nos ofereceram no decurso da presente semana, é possível encontrar os principais pontos de encontro mas também as principais divergências nas respectivas visões.
Da entrevista de RC, o qual se afirmou peremptoriamente como inocente por acção de todos os processos judiciais em curso, guardei as seguintes ideias: ‘renovação’ gradual da equipa/órgãos so- ciais; realização de uma auditoria forense; limitação de mandatos; necessidade de revisão estatutária; abertura a investidores estratégicos para a SAD sem perda de maioria do capital social por parte do clube; primado da competitividade da equipa de futebol sobre o património imobiliário e formação no plantel principal por “mérito”.
Em contraponto, FB que começa por acusar o ex-camiso- la 10 de ser culpado por omissão em tudo o que envolve a conjuntura judicial do clube e SAD, tem como principais ideias: ‘revolução’ de toda a equipa de órgãos sociais e gestão (onde se inclui Domin- gos Soares Oliveira); realização de uma auditoria forense; limitação de mandatos; necessidade de revisão estatutária; portal da transparência; formação no plantel principal (quase) por “decreto” e maior valorização futebol fe- minino/modalidades.
Ou seja, coincidem na realização de uma auditoria forense,
EXISTE ALGO QUE AINDA NÃO FOI ESCLARECIDO:
QUEM LEVA A CABO A AUDITORIA JÁ EM CURSO?
na limitação de mandatos, numa revisão estatutária e até a ideia de FB do “portal da transparência” já está a ser posta em prática desde que Rui Pedro Braz assumiu o lugar de director-geral para o futebol profissional, assim como acredito que FB não poderá excluir a conversa com potenciais parceiros como possíveis investido- res na SAD sem perda de maioria pelo clube.
Divergem essencialmente
na opção estratégica de “renovar” ou “revolucionar” a equipa de gestão/direcção do clube da SAD e na leitura da responsabilidade do “Maestro” em todo o passado recente, na medida em que a questão da integração da formação à força no plantel principal e as ideias para o futebol feminino e modalidades não serão determinantes para o voto dos benfiquistas. A leitura que faço é que RC ao abraçar a auditoria forense, a renovação dos estatutos e a limitação de mandatos como eixos estratégicos da sua candidatura ‘esvaziou’ uma boa parte do programa do seu opositor, resumindo as principais diferenças a meros pormenores sem elevada substância político-eleitoral. Contudo, existe algo que ainda não ficou (bem) esclarecido: quem está a levar a cabo a auditoria forense que RC nos disse já estar em curso e qual o âmbito da mesma? Como aqui escrevi no dia 18/7, “…cabe à actual equipa de gestão e fiscalização da SAD e do Clube (…) criar condições para a realização de uma auditoria forense a levar a cabo por uma entidade externa, credível e independente”. As últimas 3 palavras da citação são determinantes para perceber as reais intenções de Rui Costa e seus pares.