Os desafios de Rui Costa
çRui Gomes da Silva diz que o Benfica voltará a ter eleições no espaço de um ano e meio. O ex-vice-presidente (e inimigo figadal de Vieira) não representará mais do que uma vírgula nos alfarrábios com a história do Benfica, mas a favor do seu (mau) agouro joga o facto de há um ano ter pressagiado que Vieira cairia no intervalo de um ano. O seu último anúncio terá a ver com a expetativa de Rui Costa poder ter mantido elementos que venham a ser indiciados judicialmente no âmbito da “Operação Cartão Vermelho”.
Rui Costa certamente avaliou esse perigo.
Ea seu favor jogará sempre a retoma democrática que otimizou num clube que acaba de ter o primeiro debate entre candidatos presidenciais neste século. A Benfica TV deixou de ser mais papista que o Papa e Rui Costa, sem renegar o seu passado, soube esvaziar boa parte dos argumentos da oposição: aceitou o regulamento eleitoral, anunciou uma auditoria à SAD (faltou dizer quem a faz) e a intenção de remodelar os estatutos déspotas com que Vieira quis limitar os seus opositores.
Rui Costa estará sempre dependente do sucesso desportivo,
isto na certeza de que Vieira, nos seus mais de 17 anos de presidência, reclama 22 títulos, mas desses apenas 7 correspondem a campeonatos e 3 a Taças de Portugal. Vai ser interessante observar como irá ser feita a gestão financeira. Em tempo de crise, o Benfica gasta quase 100 milhões com o pessoal (mais do que a totalidade das receitas ordinárias) e já antecipou 163,8 milhões do contrato com a NOS. Rui Costa prometeu apostar na formação e reduzir o plantel para 25 elementos, mas todos sabemos que é mais fácil mudar a natureza do plutônio do que a essência de Jesus...