“Carlos Queiroz foi o mentor da mudança”
Que importância atribuem ao projeto das seleções nacionais jovens, iniciado na década de 80?
JC – Isso deveu-se não apenas a uma pessoa. Mas teve um mentor: Carlos Queiroz. Começámos a trabalhar de uma forma diferente. Antes reuníamo-nos, treinávamos três dias, jogávamos e voltávamos aos clubes. A partir de então, passou a trabalhar-se com observações constantes, de forma a chegar ao número de 45 jogadores, que se concentravam três dias por semana, regressando aos clubes para o jogo de domingo, depois do qual voltávamos à seleção.
T – Estou totalmente de acordo com a influência do professor Carlos Queiroz na evolução do futebol português. Ele e Jesualdo Ferreira foram determinantes na entrada do futebol na universidade para que mais tarde tirássemos todo o partido da formação de treinadores em Portugal. Inclusivamente, Carlos Queiroz tem um documento, que nunca viu a luz do dia, para alterar o futebol português. Estávamos em 1985 e foram algumas dessas propostas que conduziram aos sucessos de que os Mundiais de 1989 e 1991 são a expressão máxima. Foi esse trabalho que deu origem à equipa de 2000, uma das melhores seleções da história, da qual o Jorge fez parte. Serve isto para dizer que foi através de planeamento e organização que se conseguiram melhorias substanciais.
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