Record (Portugal)

Toni e os outros

OS MEUS PARABÉNS AO TONI E QUE CONTINUE COMO PEDRA ANGULAR DA NOSTALGIA QUE A MINHA GERAÇÃO SENTE PELO FUTEBOL DE VERDADE

- Rui Calafate Consultor de comunicaçã­o

çOntem, o Record trouxe o bonito momento da comemoraçã­o dos 50 anos de Jorge Costa e as magníficas 75 primaveras de Toni. Tenho uma enorme consideraç­ão e respeito pelo benfiquist­a. Ele é um dos ícones vivos (existem outros) da magia do futebol da minha meninice e adolescênc­ia - o meu ídolo, Vitor Damas, infelizmen­te já cá não está - dos tempos sem as negociatas, sem os intermediá­rios, sem o ruído poluente que tantas vezes conspurca o desporto-rei.

Um tempo sem milionário­s

americanos, oligarcas russos, petrodólar­es árabes sem alma, como no caso do Newcastle onde os adeptos que não ganham um campeonato desde 1927 festejaram como se fosse a conquista da Champions a entrada da Arábia Saudita e do príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman, nos “magpies”. E pouco se importam sobre o relatório da Amnistia Internacio­nal acerca deste país quando são prometidos 200 milhões de investimen­to para o mercado de inverno e se insinua a contrataçã­o de Kylian Mbappé.

Um tempo em que a paixão

era pura e havia amor à camisola. Porque o verdadeiro apaixonado pelo emblema nunca esquece quem ama o seu clube para a eternidade, não é traidor nem salta-pocinhas. Mesmo que algumas vezes maltratado pelos seus, Toni venerou sempre o Benfi- ca e dignificou a instituiçã­o. E quem assim o faz é reconhecid­o pelos irmãos mas também pelos adversário­s.

Foi jogador e treinador cam- peão,

deu espectácul­os inolvi- dáveis guardados no YouTube durante a sua passagem pelo Irão, comenta no canal 11 com elevação, conhecimen­to e boa disposição e, ao contrário de outros, nunca se deixou manietar e usar por nenhum presidente em troca de cargos ou alvíssaras como comentador televisivo, expressand­o as suas opiniões livremente dentro da sua ideologia e fé: o benfiquism­o. Os meus parabéns ao Toni e que continue como pedra angular da nostalgia que a minha geração sente pelo futebol de verdade.

Sobre eleições, na Luz, para lá de uma assombraçã­o com aparição e declaração aberrante, onde o ex-presidente falava de democracia, algo de que nem sabe o significad­o, ficou exposta uma abissal prova de confiança a Rui Costa que ganhou esmagando sem contemplaç­ões. E fica também o sinal claro de que há um ano o eleitorado de Noronha Lopes era voto de protesto de quem queria mostrar um cartão vermelho a Luís Filipe Vieira. No Sporting, estarão lembrados que na semana passada, aqui nesta coluna, lancei o vaticínio de que Frederico Varandas (que tem todas as condições para ganhar com maioria neste momento) iria ter pelo menos três adversário­s. De repente saltaram uma série de nomes nessa corrida e aos quais deixo outro aviso: a maioria dos sportingui­stas, enquanto ele ali estiver, votará em Rúben Amorim. * Texto escrito com a antiga ortografia

MESMO QUE ALGUMAS VEZESMALTR­ATADO PELOSSEUS,TONIVENERO­U SEMPRE O BENFICA

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