O estado de negação
A introdução do Cartão do Adepto é dos maiores fiascos organizativos impostos pelo poder político ao futebol português. Aquilo que, no conceito, parecia uma excelente medida para moderar ou afastar os adeptos violentos, permitindo às famílias o regresso aos estádios, falhou rotundamente na operacionalização. O que se vê, sem perspetivas de mudança, é um amontado de Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência completamente desertas e os clubes a colaborarem com as claques ao permitirem que se coloquem noutras bancadas. Apesar de António Costa ter manifestado preocupação na Assembleia da República, o secretário de Estado João Paulo Rebelo encontra-se em negação e mostra-se incapaz de um golpe de asa que comute a pena de morte anunciada do cartão.
A lesão de Pedro Porro no duelo com o Belenenses causa natural preocupação por colocar o lateral em causa para o embate da Champions com o Besiktas. André Frias protagonizou uma entrada dura, claramente para cartão vermelho, que o árbitro Gustavo Correia puniu com uma admoestação. Só pode surpreender quem anda muito distraído. Na Liga Bwin só pela intervenção de alguns VAR mais voluntariosos é que o jogo violento tem resultado em expulsões.