Record (Portugal)

Sauditas e a compra de clubes

- Artur Fernandes Presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol

A Liga de Futebol Inglesa aprovou a aquisição do Newcastle por um fundo saudita. O clube foi vendido ao dito grupo, com efeito imediato, pois a Premier League recebeu garantias que proíbem legalmente o Reino da Arábia Saudita de controlar o clube. Nem sequer se pode atestar isto, mas continuemo­s a compilação cinematogr­áfica. Nem nos passaria pela cabeça que o PSG ou City fossem pertença dos Emirados ou Qatar.

Al-Rumayyan está extremamen­te orgulhoso

de ser o novo dono do Newcastle. Quem agradece a operação é a PCP Capital Partners, de Amanda Staveley, pois concluiu uma operação que estava fechada em finais de 2018. A compra fechou-se em 300 milhões de libras (350 milhões de euros ). O mesmo valor de 2018. A compra/ venda não se fez nessa altura, pois a Amnistia Internacio­nal informou a Premier League, que, Mohamed Bin Salman, não respeita os direitos humanos, das mulheres e que os xiitas continuam a ser perseguido­s e presos, ‘executando’ julgamento­s grosseiram­ente injustos.

Não se deve permitir

que pessoas envolvidas em graves violações dos direitos humanos entrem no futebol (ou nas nossas vidas), simplesmen­te porque têm os bolsos cheios, alegavam os ativistas. Porém, todas as pugnas têm outras perspetiva­s: acredito que Peter Lim, Abramovich, Al Thani, Uzmanov, Rybolovlev, Savvidis, Mansour, Khelaifi, Mateschitz, Agnelli, Kroenke, Jindonk ou Chuangchan­g, e tantos outros, não tenham tido comportame­ntos que a Amnistia Internacio­nal possa condenar. Será?! Melhor é deixar as hipocrisia­s políticas. Porque o futebol é alegria, paixão e … golo; e que o Tribunal de Haia faça o seu trabalho.

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