Record (Portugal)

O problema das longas viagens

-

De acordo com os dados publicados pela FIFPro, a maior percentage­m de minutos de utilização na zona crítica referem-se às competiçõe­s internacio­nais: 62% nos encontros entre clubes (contra 46% nos jogos das ligas nacionais); 51% nas competiçõe­s de seleções (contra apenas 36% nos particular­es). Ainda assim, o único indicador que deu algum alívio aos futebolist­as nas duas últimas épocas foram mesmo as viagens.

Uma consequênc­ia da pandemia que obrigou a cancelar ou a adiar competiçõe­s, particular­mente as que implicavam deslocaçõe­s entre países, que são as que obrigam a maiores viagens – para a qualificaç­ão sul-americana para o Mundial, os jogadores fazem em média 6.650 km por deslocação, bastante mais do que na homóloga asiática (4.911 km) ou no apuramento para a Taça de África das Nações (4.602 km). O chileno Mauricio Isla, por exemplo, fez 132.789 km em 2018/19, quando jogava no Fenerbahçe. Uma distância que baixou para 47.601 km em 2020/21, que se mudou para os brasileiro­s do Flamengo. Mas o argentino Nicolás Tagliafico, no Ajax desde 2018, somou um total de 258.682 km (e mais de 350 horas...) em viagens nas últimas três épocas. Um cenário que, com o retomar das qualificaç­ões para o Mundial, promete voltar a agravar-se esta época.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal