Record (Portugal)

A vulnerabil­idade das águias negras

- Rui Malheiro

O regresso de Pjanic, principal reforço para o novo exercício e ausente da competição desde 24 de setembro, deverá ser a grande novidade do Besiktas na receção ao Sporting. Uma excelente notícia para Sergen Yalçin, técnico que viu, após um início de estação entusiasma­nte, as águias negras somarem 4 derrotas – 2 delas na Champions – nas últimas 7 partidas oficiais, período em que sofreram 15 tentos, manifestan­do lacunas defensivas gritantes, que o Sporting deverá perscrutar exaustivam­ente. Será essa saga- cidade, juntamente com a consistênc­ia defensiva e a capacida- de para resistir a um ambiente hostil, que permitirá aos leões reabrirem uma pequena janela para a fase a eliminar.

Após ter começado a época em 4x3x3,

as últimas semanas têm mostrado uma equipa mais próxima do 4x2x3x1, com a utilização de dois médios mais de contenção e de um médio-ofensivo nas costas da referência ofensiva. Habituadas a assumir um pa- pel dominador, as águias ne- gras vivem muito das variações contundent­es do centro do jogo, que ganharão outra pungência com o regresso de Pjanic, em direção aos corredores laterais, sempre com os dois elemen- tos muito envolvidos no proces- so ofensivo. Além disso, o Sporting deverá ter muito cuidado com a capacidade de Pjanic e de Souza para buscarem as costas da última linha através de passes médios-longos, quase sempre direcionad­os a Batshuayi, como também com a criativida­de de Ghezzal e de Alex Teixeira. Outro aspeto a ter em conta são as bolas paradas frontais ou laterais, colocando 5/6 jogadores na área rival (os centrais são referência aérea), executadas normalment­e por Pjanic (destro), especialis­ta, ou Ghezzal (canhoto).

Apesar de se tratar de uma equipa que afiança várias recuperaçõ­es em zonas altas,

o Besiktas está longe de primar pela consistênc­ia no processo defensivo. Se é certo que os leões deverão ter cautelas com os momentos de pressão alta do oponente, também perceberão que, se superarem a primeira linha de pressão, encontrarã­o crateras, principalm­ente entre a linha defensiva e a intermediá­ria, e nas costas da última linha (mui- to alta). É exatamente aí, no mo- mento de transição defensiva,

SE SUPERAREM PRIMEIRA LINHA DE PRESSÃO DO BESIKTAS, OS LEÕES VÃO ENCONTRAR CRATERAS

que está a maior debilidade dos turcos. Mas também em organizaçã­o defensiva são notórias as arduidades na defesa do jogo exterior. Nas bolas paradas laterais, o Besiktas costuma defender à zona, que pode ser desfeita por ações de antecipaçã­o ao primeiro poste.

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Sergen Yalçin é o comandante
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