Rolo compressor bávaro
çO Bayern é uma das equi- pas mais fortes e completas do futebol europeu, com um apetite voraz pela baliza rival, como atesta o retumban- te registo de 52 golos marcados em 12 jogos em 2021/22. A equipa mantém-se fiel a um ideário dominador com base numa posse objetiva que visa a chegada dilacerante a zonas de finalização. Contudo, nota-se que está ainda mais contundente a metamorfosear a transição ofensiva em contra-ataques e ataques rápidos tremendamente verticais, como também na pressão (alta) e na reação à perda.
É a partir do 4x2x3x1
que se desfralda a teia multiestrutural do Bayern. A equipa de- fende num 4x4x2, só que o condicionamento fortíssimo da primeira fase de construção do rival projeta praticamente um 2x3x3x2 com referências individuais. Em momento ofensivo, o Bayern parte de um 3x4x2x1 para um 3x1x5x1, privilegiando a mobilidade abrasiva das suas unidades mais adiantadas. Süle transforma-se em central pela direita, o que conduz a que Gnabry seja o responsável por conferir largura no corredor, enquanto Davies, à esquerda, assume-se como um verdadeiro ala em momento ofensivo, promovendo movimentos interiores de Sané, que, juntamente com Müller e Goret- zka, surge como apoio ao letal Lewandowski.
Autêntica locomotiva
ofensiva, capaz de criar oportunidades em catadupa, o Bayern é uma equipa feroz em ataque posicional, circulando a bola com tremenda fluidez e celeri- dade entre os três corredores, mesmo que privilegie a chega- da a zonas de finalização pelo corredor central. Algo que não impede a exploração da largu- ra para visar a baliza na sequência de cruzamentos. No entanto, ainda se manifesta mais pungente na perscrutação de contragolpes, verticalizando com veemência após recuperação, com Gnabry e Sané a revelarem-se letais; e ao atraírem o rival para uma pressão média-alta/alta, para depois acelerarem o jogo com uma vertigem ímpar. Juntam-se ainda os argumentos na execução de bolas paradas: diretas, com Sané e Kimmich como protagonistas; e laterais, promovendo um conjunto de bloqueios que visam libertar um dos defesas ao segundo poste, para depois assistir Lewandowski ou Müller no espaço central.
Apesar da enorme competência
no processo defensivo, há aspetos que o Benfica poderá perscrutar. Isto porque, dos 9 golos sofridos em 2021/22, 4 redundaram de cruzamentos – 3 em bola corrida; 1 em bola parada, onde é notória a opção por uma defesa mista, que reflete algumas arduidades na proteção do espaço aéreo entre central e lateral. Esse mesmo espaço, principalmente em transição, mas também em organização, poderá também ser explorado com a bola rente ao relvado, sobretudo se houver argúcia na busca de passes de rutura e no assalto ao espaço entrelinhas, percebendo a necessidade de definir com acerto com celeridade.