“Quando vi a arma só queria fugir dali”
Alexandre Cardoso teve pistola apontada à cabeça e relata momentos de pânico
Os confrontos registados no Ol. Montijo-V. Setúbal B, da 1ª Divisão da AF Setúbal, que levou os elementos da Polícia de Segurança Pública presentes no local a dispararem tiros para o ar, continuam a produzir novas reações. Record contactou Alexandre Cardoso, jogador do Ol. Montijo que viu um polícia apontar-lhe uma arma à cabeça, o qual nos relatou como viveu aqueles momentos. “Foi tudo muito rápido, não deu para reagir. Apontaram-me a arma à cabeça, vi a pistola na minha direção e nem consegui pensar em nada, só queria fugir dali. Foi uma fração de segundos em que fiquei sem conseguir reagir. Tentei sair daquela situação, mas os polícias começaram a agarrar-me e a empurrar-me”, recordou o defesa, de 19 anos. A atuação dos elementos da PSP tem gerado várias opiniões divergentes e para Alexandre Cardoso “foi excessiva”. “Este tipo de confusões ocorre tantas vezes, em tantos jogos, agora tiros eu nunca tinha visto. Estavam crianças e mulheres na bancada que ficaram em pânico, não era preciso nada disto para acabar com a confusão. Os disparos eram a última ação que
EX-INSPETOR DA PJ ANTEVÊ CASTIGOS PARA OS AGENTES QUE DISPARARAM PARA O AR E CRITICA ATUAÇÃO POLICIAL
podiam ter”, afirmou o jogador, ainda abalado com o sucedido.
Ex-inspetor da PJ critica
Contactado pelo nosso jornal, o antigo inspetor da Polícia Judiciária, Manuel Rodrigues, antevê castigos aos agentes que dispararam para o ar. “Não me parece que num caso destes haja justificação para o recurso à arma de fogo. Penso que estes dois indivíduos irão sofrer alguma sanção a nível disciplinar”, apontou o ex-inspetor da PJ, acrescentando: “Num caso destes, em que se puxa da arma de serviço e se faz fogo para o ar, o risco é extremamente elevado porque está tudo descontrolado e um mero toque num braço ou um escorregão do agente que tem a arma, no momento do disparo, pode causar uma vítima mortal.”
*