Eleições no SCP - WIP
A DIREÇÃO DO SCP TEM A OBRIGAÇÃO DE CONSEGUIR CONCLUIR O NEGÓCIO DE COMPRA DA DÍVIDA GARANTINDO NÃO SÓ O JÁ FAMOSO “PERDÃO DE 168 MILHÕES DE EUROS”, COMO CONDIÇÕES ÚNICAS PARA FALAR NUM FUTURO COM UM QUALQUER ‘JOHN TEXTOR’ QUE POR AQUELE LADO APAREÇA
‘WIP’ é um acrónimo inglês que significa ‘Work in Progress’ e que poderemos tentar traduzir por “trabalho em curso”. Ora, no passado dia 31 de março e antecipando o título de campeão nacional 2020/21 do Sporting Clube de Portugal (SCP), questionava se o sucesso desportivo que ali se avizinhava seria algo meramente conjuntural ou parte de uma transformação verdadeiramente estruturante.
Referíamos, então, que o ingrediente essencial para alcançar tão alicerçador e basilar factor no médio/longo prazo para a coletividade em causa, seria a “estabilidade” nas vertentes desportiva, financeira e principalmente política.
Assim, a estabilidade desportiva parece-me aquela que, de momento, com Rúben Amorim
na liderança da equipa de futebol profissional e com as provas entretanto já mais do que dadas por ele enquanto treinador, estará minimamen- te garantida. Até porque não me parece que passe pela cabe- ça do sócio e adepto de Alvalade exigir o bicampeonato nacional, além de que com a vitória folgada de ontem em Istam- bul parece mais ou menos alcançável um lugar na Liga Europa
que contribuirá um pouco mais para o insuflar do ego dos sportinguistas e a manutenção de um bom ambiente de trabalho entre equipa técni- ca/plantel/bancada. Alcançar um novo apuramento directo para a Champions 2022/23 será o seu inconfessável desejo mínimo.
Na vertente financeira, antes
de tudo, gostando ou não a opi- nião pública e seus rivais, a Direção
do SCP tem a obrigação de conseguir concluir o negócio de compra da dívida que o ‘Grupo Sporting’ detém junto da banca garantindo não só o já famoso “perdão de 168 milhões de euros” como condições únicas para falar num futuro com um qualquer outro ‘John Textor’ que por aquele lado da 2.ª Circular apareça. Porque, mais cedo ou mais tarde, alguém irá aparecer e, assim sendo, convém que seja a Direção do Clube enquanto representante legítima e democrati- camente eleita do universo as- sociativo sportinguista a ter os ases de trunfo (ou pelo menos alguns) na mão, quando o diálogo e as negociações começarem.
Cumulativamente, nesse
eixo, haverá que dar continuidade ao trabalho de valorização dos seus ativos como Bruno Fernandes e Nuno Mendes e estar atento ao processo de centralização dos direitos televisivos.
Mas é na vertente política que
tudo se começa (ou nunca se deixou) a jogar e cujos trabalhos estão em curso (“WIP”). Seria de esperar que com as várias vitórias desportivas alcançadas no futebol e nas modalidades, com a estabilização da vida do Clube e da SAD no pós-Alcochete e com o controle da derrapagem financeira em ano de pandemia, Frederico Varandas e seus pares vissem amplamente reconhecido o seu trabalho.
Contudo e só para abrir as
hostilidades iniciais, o Relatório de Contas de 2019/20 foi chumbado em Assembleia Geral. Além disso, Miguel Albuquerque, Nuno Sousa e aparentemente Ricardo Oliveira já se vieram mostrar e ao que vêm... e se Rúben me contrariar no pensamento acima exposto, não me parece que a lista fique por aqui.
CONVÉM QUE SEJA A DIREÇÃO A TER OS ASES DE TRUNFO (OU PELO MENOS ALGUNS) NA MÃO