Record (Portugal)

Milão às fatias

- Nuno Encarnação Gestor

O Porto tinha uma verdadeira prova de fogo perante o AC Milan neste último encontro da Liga dos Campeões. Depois de esmagado pelo Liverpol num “crash test” no Dragão, Sérgio Conceição tinha de provar a ele próprio e aos adeptos que tal ocorrência não passara de um acidente.

Conceição armou a equipa

de forma previsível, sem as teorias experiment­ais de outrora, de colocar Corona a defesa-direito ou de Oliveira no banco. O vice-campeão de Itália e atualmente 2.º classifica­do no Calcio (com um valor de plantel estimado de 477M€ vs os 265M€ do Porto) convocou grandes nomes (como Giroud, Rafael Leão ou Ibrahimovi­c) para o Porto.

O Porto foi absolutame­nte esmagador

pela qualidade demonstrad­a em campo, pela vontade, raça e querer de cada um dos jogadores e pelos elementos estatístic­os apurados. Rematar 20 vezes contra 4, ter 7 cantos a favor contra 1 do AC Milan, resume e de que maneira em que partes do campo o jogo se concentrou.

Foi sofrível ver o AC Milan reduzido

ao histórico do tecido sua camisola. Não conseguiu respirar. A dada altura terá pensado que um empate no Dragão seria um excecional resultado.

O Porto fez o que lhe competia.

Não podia falhar ou adiar uma primeira vitória nesta fase de grupos da Champions. Este grupo é um autêntico poço da morte. Quem escorrer mais vezes morre na hora.

O Porto provou mais uma vez na Champions

que a sua matriz e filosofia de jogo supera muitas vezes as estatístic­as e os orçamentos dos adversário­s. A procissão ainda vai no adro. O Porto tem de se mentalizar em ir ganhar a Milão, a ganhar em casa contra o Atlético e fazer algo de positivo contra o Liverpool a bem da honra destes jogadores.

Sérgio Conceição tem apenas de perceber

porque falhámos tanto na concretiza­ção neste último jogo? Rematar com eficácia é um bem precioso na Champions, é uma prova de vida. A equipa defendeu bem, preencheu com mestria os espaços, imprimiu velocidade no jogo e conseguind­o assim um brilhante resultado à conta do seu trabalho.

Percebo o porquê de recuar Taremi, mas isso não terá impacto

na qualidade da finalizaçã­o? É a pergunta que deixo e que fica, como leigo que sou, mas que segurament­e Sérgio Conceição terá resposta para a mesma em breve.

Este Porto continua a dar muitas alegrias

aos adeptos, em contraste com o Porto dos relatórios e contas sem latim para tantas dúvidas que preocupam sócios como eu.

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