“Queremos ter mais jogadores nas seleções”
Nas convocatórias das seleções jovens começam a surgir cada vez mais jogadores da Academia. Acredita que em pouco tempo o Sporting vai dominar nessas chamadas?
FÇ – Eu acho que é perigoso afirmar uma coisa dessas.
É um objetivo pelo menos...
FÇ – Não tem a ver com objetivos. O que posso dizer é que ficamos contentes por vermos reconhecido o trabalho que temos feito com estes jovens. São os treinadores da FPF que estão a reconhecer isso, e nós temos de continuar esse caminho. Se o fizermos é possível que sejam chamados mais, sem termos a certeza de que isso vai acontecer, mas caminhamos para esse lado. Queremos ter mais jogadores nas seleções. Não sei se será possível, mas queremos. Eu tenho visto todas as convocatórias, dos mais jovens até aos mais velhos, e estamos contentes.
Mas consegue explicar este sucesso sem recorrer ao chavão do trabalho diário?
FÇ– Eu sinto que estou num clube grande quando não tenho jogadores para treinar antes das pausas internacionais, e isso não acontecia noutros clubes.
São necessárias três equipas – B, sub-23 e sub-19 – quando os jovens têm uma diferença de idades tão pequena?
FÇ – São contextos diferentes em que competem com jogadores mais velhos. Se fizer a análise em termo de idades, vê que há jogadores muito jovens a competir na Liga 3. Isso é o que pretendemos… E ainda com mais jovens na Liga Revelação, pois aí a média de idades ainda é inferior à nossa na equipa B (19,32 anos). Se esse é o caminho...
Ou seja são as três fundamentais para o projeto.
FÇ– Sim, pois nós estamos articulados verticalmente e já falámos sobre isso. A subida e descida de escalão é natural. Os jogadores são avaliados constantemente na equipa A, e isso também pode ser visto como natural pois precisam de aproveitar essa oportunidade para evoluir. Nos treinos da equipa A eles podem ver como o Palhinha faz as receções orientadas; como é que o Esgaio participa na construção; como é que o Coates lidera uma linha defensiva; a forma como Adán comunica com os jogadores à frente… Isso é fantástico, de uma riqueza que só é possível encontrar nos clubes grandes. Estamos a falar de jogadores que foram campeões nacionais e são internacionais pelos seus países. Os jovens que se distraem com as coisas da vida que estão à volta deles devem olhar para estes momentos e pensarem: ‘Estou perante uma grande oportunidade na minha vida e tenho de agarrá-la com toda a força’.
Com estas condições no passado tinha sido evitável o empréstimo do Palhinha, por exemplo?
FÇ – Não sei. Falei um pouco à parte mas há vários caminhos que os jogadores podem tomar, e não tem a ver só com o Sporting. Há jogadores que saem e voltam, há outros que ficam e se consolidam no clube e outros ainda que saem e nunca mais voltam. É este o processo em todos os clubes do Mundo. Tem muito a ver com a resposta dos jogadores ao longo do tempo.
“NOS TREINOS DA EQUIPA A ELES PODEM VER COMO O PALHINHA FAZ AS RECEÇÕES ORIENTADAS (...) ISSO É FANTÁSTICO”
O Rúben não abdica do 3x4x3 e a B joga em 4x3x3. O sistema não devia ser igual?
FÇ – Falamos disso muitas vemos e queremos um jogador com conhecimento. E o conhecimento é geral, pois compreende várias coisas. Nós sabemos que o Rúben utiliza esse sistema e nós utilizamos um diferente, mas as ideias são muito semelhantes e, em determinados momentos, nós temos dinâmicas muito parecidas. Damos-lhes as ferramentas para se sentirem mais preparados para quando chegarem à equipa A. Não sei se daqui a um ano o Rúben não muda de sistema.
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