Record (Portugal)

Um Jordan a crescer na Figueira

É filho de uma lenda da WNBA e dá os primeiros como profission­al no Ginásio Figueirens­e

- RICARDO CHAMBEL

Uma vida inteira com a bola de basquetebo­l na mão, uma mãe que é uma das melhores jogadoras da história e um nome ‘dado’ pelo próprio Michael Jordan. Esta é a história de Jordan Jackson, norte-americano, de 24 anos e 1,91 metros, que chegou este verão a Portugal para envergar a camisola do Ginásio Clube Figueirens­e para fazer a sua estreia como profission­al. Filho de Sheryl Swoopes, eleita três vezes MVP da WNBA (2000, 2002 e 2005) e vencedora de três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (1996, 2000 e 2004), o jovem basquetebo­lista conta a

Record como a sua história se cruza também com a de Michael Jordan, considerad­o por muitos o melhor jogador de sempre da NBA. “Um dia, a minha mãe foi a um jogo onde estava Michael Jordan e perguntou-lhe se podia dar o nome Jordan ao seu filho. Ele respondeu que sim, mas com uma condição: tinha que saber lançar bem ou afundar, senão ela tinha que me tirar o nome”, lembra Jordan Jackson, entre sorrisos de quem sabe que nem todos se podem orgulhar de ter o mesmo nome que o seu ídolo, ainda por cima com a ‘autorizaçã­o’ do próprio. “Para mim, ele é o melhor de sempre”, frisa o agora jogador do emblema figueirens­e.

Conselhos da mãe

A aventura de Jordan em Portugal ainda agora começou. O base-extremo trouxe na bagagem vontade de triunfar, mas também muitos conselhos de Sheryl Swoopes, que além do sucesso na WNBA (foi quatro vezes campeã) e com a seleção dos Estados Unidos ainda jogou em Itália, na Rússia e na Grécia. “Ela disse-me para eu vir e tentar ser a melhor versão de mim próprio. Pediu-me também para ser um bom exemplo e para me esforçar muito. Disse-me para fazer o que a equipa precisasse e para me focar nos meus objetivos”, refere Jordan, que aguarda, agora, por uma visita da mãe, que não tem deixado de demonstrar o seu apoio ao filho nesta nova experiênci­a, designadam­ente através das redes sociais. “Ela vai aparecer, não sei quando, mas sei que vai. Talvez em novembro ou dezembro”, adianta o jovem.

Expectativ­as elevadas

Um dos grandes responsáve­is pela vinda de Jordan para Portugal foi João Mota. O treinador do Ginásio assume que foi um momento de sorte. “Entrei em contacto com o empresário norte-americano dele e vi os ‘highlights’, dos quais gostei imenso. A seguir fui vê-lo jogar e disse logo que era o jogador que nós precisávam­os”, começa por contar João Mota, enumerando, depois, os atributos do jogador. “É um marcador de pontos, dinâmico, que muda o ritmo do jogo e é extremamen­te atlético. Uma máquina de fazer pontos. Agora, precisa ainda de se adaptar ao estilo europeu, o que é normal”, alerta o técnico. Refira-se que Jordan marcou 23 pontos no primeiro jogo da temporada em casa, na passada quarta-feira, apesar de o Ginásio, que disputa o 3.º escalão nacional, não ter conseguido vencer.

O papel de Ticha

A primeira experiênci­a de Jordan como profission­al surge na Figueira da Foz, que é também a terra natal de Ticha Penicheiro, portuguesa que brilhou na WNBA na mesma altura de Sheryl Swoopes. E António Rolo, vice-presidente do Ginásio, admite que a ação da ex-basquetebo­lista, agora com 47 anos, para que a contrataçã­o se concretiza­sse. “Foi uma oportunida­de que surgiu. Há uma ligação da mãe do Jordan com a Ticha, que também ajudou ao desenrolar desta contrataçã­o, que nos dá uma projeção importante, tanto a nível nacional como nos Estados Unidos”, destaca o dirigente.

“ELA VAI APARECER. TALVEZ EM NOVEMBRO OU DEZEMBRO”, GARANTE SOBRE UMA EVENTUAL VISITA DA MÃE SHERYL SWOOPES

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ESTREIA. Jovem basquetebo­lista vive em Portugal a sua primeira experiênci­a como profission­al

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