Há plantel para jogar assim?
çNos treinos de Schmidt, há a indicação rígida de que bola deve ser recuperada agressivamente em 5 segundos. E os ataques também devem decorrer de forma rápida e enérgica, no espaço de 10 segundos, de forma vertical e quebrando linhas. Este modelo tem três vantagens: atenua os erros de uma defesa errática; evita que os médios tenham de pensar muito o jogo; o centro de gravidade da equipa concentra-se nos homens da frente.
Schmidt gosta do
4x4x2, que acaba por ser mais um
4x2x2x2, com passagens para 4x2x3x1 e para 4x3x3. Defende em 4x4x2, que na fase inicial é mais um 4x2x4, para condicionar a saída de bola adversária. Schmidt quer jogadores que olhem para o jogo de forma vertical. Quer pressão sufocante, transições rápidas, vantagem nas segundas bolas e muita gente na zona da bola e da finalização. No ataque, quer rapidez e voracidade. Aguentar todo o jogo com tanta correria, pressão e intensidade exige pulmão e solidez técnica.
Mas terá o Benfica plantel para jogar assim? Schmidt gosta de guarda-redes com bom jogo de pés (participam muito na primeira fase de construção) e controlo da profundidade. Vlachodimos e Helton Leite não são boas soluções. Os centrais devem ser rápidos, exigência que só Lucas Veríssimo parece cumprir. Os laterais devem ser ofensivos, mas mais competentes na recuperação do que Grimaldo é. Os médios devem ser fortes nas combinações rápidas e nos lançamentos, o que pode beneficiar Weigl e Taarabt, mas não tanto João Mário (e Meitê nem entra neste filme). Os avançados terão de ser móveis e enérgicos (um sempre mais profundo e outro mais no apoio), mas aqui o Benfica tem (boas) soluções para dar e vender.