ADEUS, GIGANTE!
De Alvalade à Seleção, encheu as balizas como poucos. Um dos heróis da Taça das Taças de ‘64
O Sporting e o futebol nacional ficaram ontem mais pobres, depois da notícia do falecimento de Joaquim Carvalho, antigo guardião dos leões e da Seleção, aos 84 anos. Foi um dos ‘Magriços’ na aventura portuguesa pelo Mundial de 1966, mas é sobretudo lembrado por ser o mais marcante na sua posição em defesa do Sporting no período entre os ídolos Carlos Gomes e Vítor Damas. Carvalho reforçou o Sporting em 1958, vindo do Luso, e iniciou uma carreira que foi praticamente toda ela pintada a verde e branco. “Eu já era do Sporting, mas depois fiquei apaixonado no meio do estádio”, contou, dois anos antes de reforçar os leões, quando foi porta-estandarte do Luso a 1 de julho de 1956, na inauguração do José Alvalade. A história de amor durou e teve na conquista da Taça das Taças um dos pontos mais altos, em 1964. O camisola 1 continuaria a ser primeira escolha por mais um par de anos e até chegou a capitão. Mas em 1966/67 emergia um talento das categorias de base. Chamava-se Vítor Damas – e Carvalho saiu três anos depois para o Atlético, onde arrumou as luvas em 1972. Emprestou, depois, o seu saber no treino de ‘keepers’ ao Odivelas, até voltar a casa. Durante anos ensinou a defender como técnico de guardiões do Sporting.
Acompanhou gerações e deixou marca nos inícios, entre outros, de atletas como Rui Patrício. Integrou, ainda, a primeira equipa técnica do futebol feminino. Venceu o Prémio Stromp em 2011, na categoria Saudade, a que agora deixa, após muitas aventuras na casa onde todos se lembram de o ver: a baliza do Sporting. À família enlutada, Record envia sentidas condolências.
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CARVALHO
NOME: Joaquim da Silva Carvalho
Nascimento: Barreiro, 18/4/1937 POSIÇÃO: Guarda-redes
CLUBES: Luso, Sporting e Atlético TÍTULOS: Campeonato nacional (1961/62, 1965/66, 1969/70), Taça de Portugal (1962/63), Taça das Taças (1963/64), Taça Intertoto (1968) JOGOS/GOLOS SOFRIDOS PELO SPORTING: 268/-275
INTERNACIONALIZAÇÕES: 6