Jogadores com tecto salarial
çVêm aí novas regras financeiras no futebol. O Comité Executivo da UEFA aprovou a criação do que poderá ser considerado um tecto salarial, bem como novos limites para transferências e comissões. E, naturalmente, aguardamos para breve as medidas que permitam ‘furar’ as normativas anunciadas e cuja entrada em vigor será em Junho.
Ceferin, o líder da UEFA,
quer que, na próxima época, os clubes participantes nas competições europeias possam gastar com jogadores, transferências e comissões 90% das receitas, percentagem que em 2024-25 descerá para 80% e em 2025-26 para 70%. A UEFA anuncia ainda controles trimestrais e medidas punitivas, financeiras e desportivas, aos que incumprirem e muito menor tolerância aos que se atrasem no cumprimento. Este novo pacote legislativo, segundo Ceferin, tem como objectivo regularizar os gastos e melhorar o controlo das despesas, de modo a tornar o negócio menos permissível a eventuais choques, e encorajar investimentos racionais. Pretende-se, afinal, tornar o negócio mais sustentável.
São, teoricamente, medidas aceitáveis,
mas o seu anúncio só por si pode não ser suficiente. Nada é dito, por exemplo, no que respeita às receitas, e sabemos como alguns clubes conseguiram ‘furar’ o anterior fair play financeiro, obtendo receitas extraordinárias, como nos casos em que companhias de aviação decidiram renovar contratos publicitários que tinham estabelecido. Passar de uma sponsorização de 100 para 500 milhões é, de facto, uma receita que entra. Mas, onde entra o fair play financeiro? E como se controla? Aguardemos clarificações.