CEFERIN MUDA REGRAS FINANCEIRAS
Novo plano prevê que os clubes europeus não possam gastar mais de 70% das suas receitas
A UEFA anunciou a criação de um novo sistema de controlo financeiro que vem substituir o atual fair play financeiro. O recém-criado Plano de Sustentabilidade resulta de processo de consulta apurado, desenvolvido ao longo de quase dois anos e que teve dois interlocutores principais: a ECA e a European Leagues. Ao contrário do que sucedia até agora, os clubes estão limitados a investir 70% das suas receitas em salários de jogadores, transferências ou taxas pagas a empresários.
O novo quadro regulamentar, aprovado pelo Comité Executivo da UEFA, vai entrar em vigor a partir de 1 de junho de 2022, mas de forma gradual, para que os clubes se adaptem à nova realidade. Os gastos serão limitados em 90 por cento no primeiro ano, 80 a partir do segundo e de 70 do terceiro em diante. “A maior inovação no novo regulamento será a introdução de uma regra de custo do plantel para permitir melhor controlo de custos em relação aos salários dos jogadores e aos custos de transferência”, explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin. A UEFA justifica que esta reforma financeira, a primeira desde 2010, surge devido ao impacto financeiro da Covid-19 nos clubes das primeiras divisões europeias, “que gerou perdas de sete mil milhões de euros”. Emanuel Macedo de Medeiros, atual CEO Global da ‘Sport Integrity Global Alliance’ (SIGA), assumiu a Record que encara a medida como “indispensável” e ser “sensata” a sua implementação gradual, para “reintroduzir critérios”, após “crise sem precedentes”.
UEFA QUER INTRODUZIR UM MODELO DE SUSTENTABILIDADE APÓS O SUFOCO FINANCEIRO PROVOCADO PELA PANDEMIA
Controlo apertado
A novas regras implicam a inexistência de dívida a outros clubes, funcionários, autoridades e à própria UEFA. Para isso, o organismo que gere o futebol europeu vai realizar inspeções periódicas anualmente, prometendo “menos tolerância relativamente a atrasos nos pagamentos”, a fim de proporcionar melhor proteção aos credores.
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