Record (Portugal)

1.º de Maio: balanço e perspetiva­s

- Joaquim Evangelist­a Presidente da direção do SJPF

Os direitos e garantias laborais requerem o seu exercício, a passagem do tempo e a modernizaç­ão das indústrias não é sinónimo de progresso e em cada momento existe na dinâmica de forças entre trabalhado­res e empregador­es a possibilid­ade de recuar ou alcançar novos pontos de convergênc­ia.

O 1.º de maio é de todos os trabalhado­res, mesmo daqueles que integram regimes especiais de direito do trabalho, como é o caso dos praticante­s desportivo­s. O jogador de futebol vive, atualmente, esse desafio de se adaptar a uma indústria ávida de mais formatos competitiv­os, diversific­ação de fontes de rendimento e geração de receitas, em que a saúde e bem-estar essenciais à boa performanc­e e gestão da vida pessoal de qualquer atleta nem sempre são atendidas. Por outro lado, as condições salariais do topo da pirâmide do futebol afastam os holofotes mediáticos da precarieda­de dos contratos, dos baixos rendimento­s e do incumprime­nto, com a falta de mecanismos de proteção eficazes que, a nível global, continuam a ser um dos problemas deste futebol alimentado pelo investimen­to em massa. Tudo isto num momento decisivo para a emancipaçã­o das jogadoras e luta pela igualdade de oportunida­des no futebol feminino, em que as carreiras duais e o apoio na transição de carreira precisam claramente de ser normalizad­os, no conjunto dos direitos e garantias que decorrem da atividade dos profission­ais de futebol.

O exercício da liberdade de expressão e o ativismo social dos jogadores começa a ser potenciado por diferentes setores da sociedade e será muito importante no exercício dos seus próprios direitos enquanto coletivo profission­al.

Esta semana termino com um sentido abraço ao Jorge Costa, por quem tenho enorme estima pessoal, fazendo votos de uma rápida e plena recuperaçã­o.

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