Descubra as diferenças
De um lado estão os clubes profissionais e a Liga, que foram multados em 11,3 milhões de euros pela Autoridade de Concorrência por terem assinado, em 19/20, um acordo em que se comprometiam a não contratar futebolistas que rescindissem unilateralmente por motivos relacionados com a Covid-19. Se não for dado provimento ao recurso, Benfica (4,163 milhões de euros), FC Porto (2,582 milhões) e Sporting (1,66 milhões) irão pagar a maior fatura, em função volume de negócios. Num futebol dito profissional, nem a entidade que organiza as provas nem nenhum dos 33 clubes em causa teve o cuidado de se aconselhar para apurar se o convénio não poderia ser considerado um acordo restritivo da concorrência no mercado.
Do outro lado está a notícia em que Federação divulgou o ‘Futebol 30’, ambicioso plano estratégico para os próximos oito anos e que, mais do que dar resposta a um conjunto de desafios, pode representar uma profunda revolução estrutural e até mental do futebol português. Aproveitando a embalagem da candidatura (em aliança com Espanha) ao Mundial de 2030, estabeleceu-se um calendário que procurará dar resposta a metas ambiciosas, definidos em cinco eixos: Infância e Crescimento, Futebol para Todos e Todas, Qualidade de Jogo, Envolvimento e Sustentabilidade do Sistema. Conseguir o dobro dos jogadores federados de futebol e futsal, melhorar os rankings, o tempo de jogo, a ocupação dos estádios e as audiências na TV são alguns dos objetivos. Mas há mais, incluindo 15 programas que abarcam praticamente todas as idades e géneros, assim como a melhoria do desporto escolar, sem esquecer a interessante ideia de lançar a aplicação móvel ‘Futebol na Palma da mão’.
Quem leu o artigo que Fernando Gomes publicou em Record confirmou que a FPF tem vontade de reformar o futebol português. Os outros vão tentar escapar à multa…