Record (Portugal)

APOSTA CERTA

Francisco Cabral e Nuno Borges conheceram-se num torneio de deteção de talentos sub-10

- JOSÉ MORGADO

Quando se viram pela primeira vez num torneio de deteção de talentos da Associação de Ténis do Porto, no escalão de sub-10, Nuno Borges e Francisco Cabral jamais imaginaria­m que juntos viriam a fazer história 15 anos depois no maior palco do ténis português.

A dupla de nortenhos, ambos com 25 anos, entrou no top 100 mundial de pares – Francisco é agora 80º e Nuno 99º – depois de se tornarem na primeira formação portuguesa a ganhar o Millennium Estoril Open, e justificou a aposta de competirem juntos sempre que possível desde que Borges voltou dos Estados Unidos, onde cumpriu entre 2015 e 2019 quatro anos brilhantes no circuito universitá­rio. Borges é, como sabido, um dos valores mais relevantes do ténis português em singulares (número dois nacional e 132º ATP) mas foi ao lado de Cabral que viveu o momento mais importante de todos. E desde que Cabral decidiu apostar nos pares, abdicando praticamen­te da sua carreira em singulares (onde está fora do top 900 ATP), os resultados demonstram o quão certa foi a aposta: oito títulos Challenger

OS CAMPEÕES DE PARES DO TORNEIO PORTUGUÊS ARRECADARA­M 14 MIL EUROS (CADA) COM O TÍTULO

juntos (Cabral ganhou mais um ao lado de outro parceiro) desde o verão passado e agora a estreia a ganhar a nível ATP... na primeira oportunida­de. Atualmente, Nuno está no Centro de Alto Rendimento do Jamor (onde já esteve Cabral durante alguns anos), ao passo que o compatriot­a não tem treinador e viaja sozinho nas semanas em que não tem portuguese­s a competir nos seus torneios.

“Não estava à espera de ter resultados tão bons tão rapidament­e, mas estava pronto para que acontecess­e. Eu e quem me aconselhou estávamos confiantes nas minhas capacidade­s. Mas não me quero colocar limites porque quando entro em court sinto que posso ganhar a qualquer jogador”, confessou Francisco Cabral sobre a sua aposta numa variante que não só é menos mediática como dá (muito) menos dinheiro do que os singulares.

No Estoril Open, por exemplo, cada um arrecadou 14 mil euros. O campeão de singulares, Sebastián Báez, ficou com 81 mil...

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 ?? ?? FELIZES. Francisco e Nuno têm brilhado em pares
FELIZES. Francisco e Nuno têm brilhado em pares

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